A coordenadora do BE defendeu este sábado ser necessário fazer um balanço dos problemas registados com a votação dos emigrantes, admitindo propor na próxima legislatura alterações que facilitem a concretização do voto destes eleitores.

No final da reunião da Mesa Nacional do BE, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada sobre o recurso do PSD ao Tribunal Constitucional (TC) que pede que os votos dos emigrantes considerados nulos por não serem acompanhados de cópia do Cartão de Cidadão sejam contabilizados como abstenção, o que o PS já considerou “inaceitável”, solicitando o indeferimento do pedido.

Sobre a parte formal, a líder do BE disse que o partido aguardará pela posição do TC, salientando que a decisão não terá qualquer efeito na composição do futuro parlamento.

“Mas há para o BE uma grande preocupação: foi muito importante esta capacidade de recenseamento dos portugueses que vivem no estrangeiro, alargou muito o direito de voto, mas depois a forma de concretizar o direito ao voto é, no mínimo, muito confusa”, afirmou, dizendo que chegaram ao partido muitos relatos de problemas.

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De acordo com Catarina Martins, “será prioridade na próxima legislatura fazer um balanço do que aconteceu para corrigir os erros e para que este direito ao voto, que foi alargado, possa depois ser concretizado”.

Questionada que medidas poderão ser adotadas, a líder do BE remeteu essa decisão para depois de ser feita uma “recolha metódica” das falhas, dizendo que “não houve sequer uniformidade” na forma como a votação decorreu nos vários pontos do mundo.

“Não podemos ignorar a quantidade de problemas que, objetivamente, aconteceram”, apontou.

O número de votantes nas legislativas nos círculos da emigração aumentou em quase 130 mil, em virtude do recenseamento automático dos não residentes, mas a taxa de abstenção foi mais alta do que em 2015.

Apesar de o número de votantes no estrangeiro ter passado de 28.354, em 2015, para 158.252, nas eleições de 06 de outubro (+129.898), a taxa de abstenção subiu ligeiramente, situando-se em 89,2% face aos 88,3% do sufrágio anterior.

Já a taxa de votos nulos foi de 22,3%, o que corresponde a 35.331 votos.