Tal como prometido, a Mazda apresentou no Salão de Tóquio o seu primeiro modelo puramente eléctrico, o MX-30. E fê-lo vincando a ideia de que estamos perante “um automóvel com uma bateria e não uma bateria sobre rodas”. Com esta afirmação, a marca nipónica pretende realçar que o SUV com ares de coupé foi projectado com ênfase na estética e no prazer de condução, o que se saúda.
Já o mesmo não se poderá dizer a respeito da “bateria sobre rodas” que, com uma capacidade de 35,5 kWh, anuncia uma autonomia curta para os actuais parâmetros de novos modelos eléctricos na Europa. Segundo o construtor, com uma carga completa, o MX-30 percorrerá cerca de 200 km no ciclo WLTP. O Peugeot e-2008, da mesma bitola, recorre a uma bateria de 50 kWh e anuncia 310 km de autonomia, no mesmo protocolo de homologação. Outro dos rivais deste Mazda será o Kia e-Niro que, mesmo com a bateria mais pequena (39,2 kWh), supera o MX-30 (289 km). E, com o acumulador de 64 kWh, o crossover sul-coreano mais que duplica os valores do concorrente japonês, reclamando uma autonomia de 455 km.
O presidente e CEO da Mazda Motor Europe, Yasuhiro Aoyama, entende que o alcance do MX-30 “irá ao encontro das necessidades dos clientes”, com a marca a citar a conclusão de um estudo por ela encomendado, levado a cabo pela Ipsos MORI, segundo o qual os europeus percorrem, em média, 48 km por dia. Supondo que assim é, efectivamente o MX-30 assume-se com uma alternativa a ponderar, ele que deita mão ao “MX” na designação justamente para se impor como um eléctrico que “desafia as suposições da indústria automóvel”.
A Mazda sempre defendeu que a mobilidade eléctrica não obrigaria a veículos “tipo frigorífico”. Neste SUV coupé cumpriu a promessa de tal forma que o design estará entre os melhores atributos do eléctrico japonês. Nos seus 4395 mm de comprimento, 1795 mm de largura e 1570 mm de altura, o MX-30 explora a linguagem de design Kodo que tantos prémios tem valido à marca. Em linha com a mais recente família de modelos da Mazda, em particular o novo CX-30, o eléctrico nipónico destaca-se pela ausência de pilar central e pelas portas “freestyle”. As da frente abrem-se de forma convencional, num ângulo de até 82º, e depois as posteriores, para trás, descrevendo um ângulo de 80º. A solução não é propriamente uma novidade, mas não deixará de se demarcar pela diferença. Por dentro, o mesmo espírito “less is more”. O habitáculo recebe cinco ocupantes e houve a preocupação de dotá-lo com materiais “ecológicos” e vegan.
De tracção dianteira, o novo MX-30 ficará disponível para pré-encomendas, incluindo em Portugal, logo após o Salão de Tóquio, pese embora a sua chegada ao mercado esteja prevista apenas para o segundo semestre do próximo ano. Antes disso, certamente ficaremos a conhecer dados que ainda não foram revelados, nomeadamente a potência do motor e qual a potência máxima de carga com que a bateria pode lidar num ponto de recarregamento em corrente contínua.