A discussão sobre uma eventual substituição de Mário Centeno nas Finanças surpreende Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças. À saída do Eurogrupo, em Bruxelas, onde apresentou as prioridades do novo Governo, Mourinho Felix diz estranhar a pergunta feita pelos jornalistas “quando o Governo tomou posse há 15 dias” e “está empenhado em cumprir o seu programa e em trabalhar no Orçamento do Estado”.

A questão ganhou força depois de Marques Mendes ter referido na SIC que se Centeno abandonar o Governo, para assumir um cargo internacional ou a liderança do Banco de Portugal, Ricardo Mourinho Félix seria o substituto “mais provável”.

Marques Mendes diz que, no PS, fala-se em Fernando Medina como sucessor de Mário Centeno

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O antigo líder do PSD referiu que Ricardo Mourinho Félix é a solução interna, “de continuidade”, adiantando, no entanto, que já se discute também no PS a hipótese de Fernando Medina poder assumir a pasta — algo que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa já considerou como “bizarro”.

Desvalorizando igualmente essa discussão, Mourinho Félix lembrou que há dois meses já tinha garantido estar disponível para “continuar nas funções” que atualmente exerce.

Mourinho Félix garante aos parceiros europeus que há margem para investir

O Governo prometeu esta quinta-feira aos parceiros do Euro um orçamento prudente, mas com margem para investir. Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças, apresentou em Bruxelas as prioridades políticas — procedimento habitual quando se formam novos executivos na zona Euro —, garantindo aos ministros reunidos no Eurogrupo que na próxima legislatura há “espaço orçamental para executar um conjunto de políticas, nomeadamente ao nível do investimento”.

“O novo Governo parte de uma situação totalmente diferente daquela que existiu há quatro anos”, sublinhou o secretário de Estado.

Mourinho Félix, que apresentou as prioridades em representação de Mário Centeno — presente no encontro, mas como presidente do Eurogrupo — garante que o maior investimento público previsto terá impacto na ferrovia, na redução dos custos das empresas exportadoras e de bens transacionáveis e na melhoria dos serviços públicos, nomeadamente na saúde e na educação.

Questionado, no entanto, pelos jornalistas como é que Portugal vai cumprir o saldo estrutural — e se explicou a solução aos parceiros europeus, tendo em conta as dúvidas levantadas pela Comissão Europeia após a entrega do esboço orçamental —, Ricardo Mourinho Félix referiu apenas que prometeu aos ministros da zona Euro “um orçamento dentro das regras europeias”.

A reunião dos ministros das Finanças do Euro serviu também para discutir o pilar em falta da união bancária, que permitirá, se houver acordo, criar um novo sistema de salvaguarda de depósitos.