O britânico Jeremy Corbyn prometeu este domingo que vai travar a venda à Arábia Saudita de armas que esta utiliza no conflito do Iémen, caso o seu Partido Trabalhista vença as eleições de dezembro no Reino Unido.
O Partido Trabalhista vai parar a venda de armas para a Arábia Saudita que são utilizadas no Iémen e trabalhará para acabar com a guerra no local, ao invés de a apoiar ativamente como tem feito o governo conservador”, apontou Corbyn, durante um discurso em que apresentou propostas para a política externa britânica caso o partido vença as eleições, citado pela agência Reuters.
Falando de um “novo internacionalismo” defendido pelo seu partido, Corbyn prometeu criar um fundo “para a paz e prevenção de conflitos” e investir 400 milhões de libras (aproximadamente 468 milhões de euros) na “expansão da capacidade diplomática” do país e no aumento “da monitorização da exportação de armas, para não estarmos a alimentar conflitos como os que decorrem em territórios como o Iémen e Israel e em território palestiniano”.
Como lembra a estação Al Jazeera, a venda de armas do Reino Unido “reforçou significativamente a capacidade da coligação liderada pela Arábia Saudita de levar a cabo ataques aéreos no Iémen”. O conflito no país já provocou pelo menos 100 mil mortos, estima a organização internacional não governamental Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos, e a Arábia Saudita tornou-se o maior importador mundial de armas depois de ter começado a intervir no território, a partir de 2015.
O Governo britânico, liderado pelo Partido Conservador, prometeu em junho deste ano não emitir mais licenças para a exportação de armas com destino à Arábia Saudita ou a algum dos seus parceiros na coligação árabe que intervém no Iémen. Fê-lo no seguimento de uma decisão judicial que decretou que a venda era ilegal, recorda a Al Jazeera. Contudo, sabe-se já que a decisão do tribunal foi contornada no Reino Unido após a promessa de junho — admitiu-o Liz Truss, secretária de Estado para o Comércio Internacional.
Iémen. Quem ‘alimenta’ a guerra no país com mais fome (e doenças) no mundo