A Ordem dos Médicos antevê um Natal complicado nas Urgências do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). Em declarações à Rádio Observador, o presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, diz que aquele serviço vai operar na época festiva com menos de metade dos médicos internistas que deveria ter.

Carlos Cortes afirma que o CHUC não só “não terá capacidade para atender todos os doentes, como também para lhes dar as melhores condições de tratamento” numa altura do ano em que a afluência aumenta com caso que “são considerados os casos mais complexos”.

Declarações de Carlos Cortes, presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos

Num comunicado enviado às redações, a secção regional do Centro da Ordem dos Médicos explica que – para o serviço de urgências – a Ordem recomenda uma escala diária com um mínimo de cinco especialistas em Medicina Interna. No CHUC vão estar apenas três. Segundo o presidente, “esta é uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada”, já que “menos de três [médicos] é proibido para manter a segurança dos doentes”.

Mas Carlos Cortes levanta uma outra preocupação, para com os próprios médicos, a quem “o excesso de trabalho, neste mês em que a afluência ultrapassa em muito a média diária anual, poderá conduzir à exaustão das equipas e à falência assistencial”. Situação que se deve agravar a partir de dia 14 de dezembro, altura em que estão previstos apenas dois médicos internistas, um médico abaixo da “linha vermelha”, e a razão pela qual, defende o presidente da secção regional, “o ministério da saúde tem de desencadear todos os mecanismos para que este hospital possa dar a resposta esperada”.

Esta é uma situação incomportável e “de extrema gravidade” para um dos maiores serviços de urgência do país que deve ver a afluência ao serviço de urgências aumentar ao longo dos próximos dias, e para a qual a época festiva é especialmente trabalhosa.

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