Paul Volcker, presidente da Reserva Federal dos EUA entre 1979 e 1987, morreu esta segunda-feira, com 92 anos, de acordo com a imprensa norte-americana.

O New York Times lembra que o economista “ajudou a moldar a política económica americana durante mais de seis décadas”. O papel importante de Volcker foi reconhecido, em particular, no combate à inflação que estava a enfraquecer a economia dos EUA desde a década de 60 — a subida dos preços passou de 1% em 1965 para 14% em 1980, num contexto de crescente desemprego.

O economista, que dirigiu o banco central americano durante os mandatos de Jimmy Carter e Ronald Reagan na Casa Branca, mudou a política monetária do país, centrando a atenção não nas taxas de juro, mas na massa monetária (toda a moeda que circula no país). Consequência: o dólar teve uma depreciação face a outras moedas; pedir um empréstimo passou a ser muito mais caro; o desemprego galopou; e houve duas recessões. Mas os preços acabaram por estabilizar.

Paul Volcker reunido com Ronald Reagan na Sala Oval da Casa Branca (Bettmann Archive)

Paul Volcker trabalhou no Tesouro americano com os presidentes John F. Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, foi presidente executivo do banco de investimento Wolfensohn & Company e esteve ainda ligado à resposta que os EUA deram à crise financeira de 2008-2009.

Como presidente do Conselho Consultivo para Recuperação Económica, convenceu o Congresso americano a impor novas restrições aos maiores bancos, no que ficou conhecido como a “regra Volcker”, para travar a banca especulativa. A medida sofreu entretanto alterações e as novas regras, menos restritivas, vão entrar em vigor no início do próximo ano.

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