A conta de Facebook de Arlando Henderson já foi desativada. Caso contrário, ainda seria possível ver fotografias suas com maços e maços de dinheiro. Foi através delas que este homem de 29 anos acabou atrás das grades. É que Henderson foi muito discreto a alegadamente roubar dinheiro do banco onde trabalhava, mas deu nas vistas nas redes sociais ao colocar online uma possível prova do crime.

Funcionário de um banco em Charlotte, uma cidade no estado norte-americano da Carolina do Norte, Henderson terá roubado mais de 88 mil dólares, de depósitos feitos em dinheiro por clientes, sem ninguém dar por nada, de acordo com um comunicado emitido pelo procurador responsável pelo caso. É que o empregado tinha acesso ao cofre onde estava esse dinheiro e, em 18 momentos ao longo deste ano, foi tirando várias parcelas, acumulando no final alguns milhares.

De acordo com o comunicado que cita a acusação revelada na semana passada pelo Tribunal Federal de Charlotte, uma das maiores subtrações de dinheiro aconteceu em julho deste ano: “Henderson roubou mais de 70 mil dólares em dinheiro do cofre”.

Arlando Henderson foi detido no dia 4 de dezembro e está acusado dezenas de crimes (FOTO: TWITTER)

A procuradoria acusa Henderson de ter usado essa quantia de dinheiro para “pagar despesas pessoais e dar uma grande entrada para um carro de luxo”, um Mercedes-Benz. Essa entrada, no valor de 20 mil dólares, serviu para o homem conseguir um empréstimo no banco onde trabalhava — e de onde tinha tirado esses 20 mil e outros tantos milhares — para pagar o resto do carro. A acusação refere que, para conseguir este empréstimo, Henderson forneceu “informações falsas” e usou “documentos falsificados, incluindo extratos bancários”.

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O empregado depositava as notas roubadas numa caixa de multibanco perto do seu local de trabalho e depois, como forma de encobrir o roubo, destruía documentos que o podiam incriminar, elaborava outros ou manipulava colegas de trabalho a escrever documentos, com entradas falsas nos registos do banco — tudo para ninguém estranhar o movimento de dinheiro no cofre.

O comunicado explica que Henderson foi detido pelo FBI em San Diego, no estado da Califórnia, no dia 4 de dezembro — três meses depois de ter colocado no Facebook uma fotografia com o seu carro novo. Agora foi acusado de dois crimes de burla, 19 de roubo, peculato e desvio de dinheiro, doze de falsas declarações — que têm uma pena máxima de 30 anos de prisão e uma multa de um milhão de dólares por cada crime, lê-se no comunicado — e lavagem de dinheiro — que, segundo a procuradoria tem uma pena de 10 anos de prisão e uma multa de 250 mil euros.

[Ouça aqui o programa da Rádio Observador, Jet Lag, onde Filomena Martins conta a história de Arlando Henderson]

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