O líder do PSD, Rui Rio, manteve esta sexta-feira que existem discrepâncias no relatório do Orçamento do Estado para 2020, que diz serem “indesmentíveis”, acusando o ministro das Finanças de “baixar o nível” e querer “confundir a opinião pública”.
Na terça-feira, Rio acusou o Governo de “fraude democrática” devido a discrepâncias entre dois quadros do relatório da proposta orçamental, com Centeno a responder, em entrevista ao Expresso, que o líder do PSD “ou não sabe nada de economia — e muito menos de Finanças públicas — , ou nunca viu fazer um Orçamento do Estado”, afirmando que “sempre foi feito” da forma agora criticada pelo presidente social-democrata.
O PSD distribuiu esta sexta-feira uma comparação entre os dois quadros relativos à contabilidade pública a que Rio se referia em todos os Orçamentos do Estado desde 2005, segundo o qual os valores sempre foram idênticos até à proposta orçamental de 2018, inclusive. “Bateu sempre certo, só nos últimos dois anos foi feito aquilo que agora está a ser repetido: o saldo em contabilidade pública não é igual de um quadro para o outro, é tão mau que até parece uma gralha”, criticou o líder do PSD, em declarações aos jornalistas no parlamento. Quanto ao conteúdo político das declarações de Centeno, Rio disse “não querer baixar o nível da forma como o ministro baixou”.
“Ele fez-se desentendido, tentou confundir a opinião pública, falando na passagem do saldo de contabilidade pública para contabilidade nacional, não é isso que está em causa”, assegurou. Segundo Rio, as suas críticas referem-se a um valor de 590 milhões de euros que “simplesmente desaparece sem qualquer explicação” de um quadro para o outro.
“Aquilo que eu disse objetivamente mantém-se: ou esse dinheiro vai ser aprovado pela Assembleia, mas está automaticamente cativado e não vai ser gasto ou, se vai ser gasto, não vai haver superavit e vai haver pequeno défice”, afirmou. “Isto é absolutamente indesmentível e não preciso de recorrer a deselegâncias como as que o senhor ministro recorreu”, acrescentou.