Gordon Murray é um sul-africano que concebeu alguns dos melhores – e mais rápidos – carros de Fórmula 1 da modalidade. Foi ele que concebeu o primeiro fórmula com uma ventoinha atrás, para aspirar o ar sob o chassi e criar um brutal efeito solo, no caso o Brabham BT46B, tendo igualmente concebido o BT49 e o BT52, o primeiro campeão do mundo em 1981 com Nelson Piquet, para o segundo alcançar o ceptro em 1983, sempre com o piloto brasileiro. Em 1987, Murray assinou pela McLaren, como director técnico, para no ano seguinte o seu fórmula se sagrar campeão com Ayrton Senna ao volante, a que juntaria mais três títulos de condutores ou de construtores, divididos entre o brasileiro e o francês Alain Prost.
Em 1991, Murray assumiu a liderança da McLaren Cars, quando o construtor de F1 decidiu enveredar igualmente pelos superdesportivos de estrada e pediu a Gordon Murray para conceber o F1. Agora, o sul-africano decidiu celebrar os seus 50 anos de competição – concebeu o Brabham BT42 em 1969 – com um novo superdesportivo, apropriadamente denominado T.50.
Numa entrevista à Car Throttle, Murray admitiu que usou os 48.000 km que percorreu ao volante dos McLaren F1 para ajudar a desenvolver o T.50, mas quando lhe entregaram o seu novo Alpine A110, o projectista rapidamente elegeu o desportivo francês como o melhor compromisso conforto/comportamento do mercado, destronando assim o até então líder para Murray, o Lotus Evora. E não deixa de ser curioso um técnico desta envergadura recorrer a um desportivo com menos de 300 cv, proposto por um preço inferior a 70 mil euros, para decidir como se deve comportar um superdesportivo de 2,37 milhões de euros, antes de impostos.
Esta não é a primeira vez que Gordon Murray se baseou num desportivo mais acessível e mais barato para “afinar” um superdesportivo, substancialmente mais potente e caro. Já quando concebeu o McLaren F1, em 1992, a sua inspiração veio do Honda NSX, que na altura conduzia por a Honda ser o parceiro da McLaren na F1.