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Fogos na Austrália. Navios prontos para retirar pelo menos quatro mil pessoas à força até sábado

Este artigo tem mais de 4 anos

Temperaturas vão passar os 40ºC no sábado, país decretou estado de emergência. Navios preparam-se para tirar 4 mil pessoas encurraladas em praias: será a maior evacuação da história australiana.

Mais de mil pessoas passaram a noite da passagem de ano na praia em Malua Bay, para se protegerem dos fogos
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Mais de mil pessoas passaram a noite da passagem de ano na praia em Malua Bay, para se protegerem dos fogos

Getty Images

Mais de mil pessoas passaram a noite da passagem de ano na praia em Malua Bay, para se protegerem dos fogos

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(em atualização)

A Austrália autorizou esta quinta-feira a retirada forçada de moradores dos estados mais devastados pelos incêndios, como Nova Gales do Sul, numa altura em que os serviços meteorológicos alertam para um novo pico de calor no sábado, com as previsões a apontar para  temperaturas voltarem a ultrapassar os 40ºC. Autoridades já declararam estado de emergência com a duração de sete dias a partir de sexta-feira. Pelo menos nove pessoas morreram e 17 continuam desaparecidas desde o dia de Natal nos incêndios florestais que estão a devastar o sudeste da Austrália desde setembro: nestes três meses já morreram 18 pessoas.

“Não tomamos estas decisões de ânimo leve, mas também queremos ter certeza de que estamos a tomar todas as precauções para estarmos preparados para o que poderá ser um dia horrível no sábado”, afirmou a chefe do Governo do Estado de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, ao Guardian.

A declaração foi feita pouco depois de os bombeiros de Nova Gales do Sul terem pedido aos turistas para saírem de uma área costeira de 200 quilómetros de extensão, que abrange a cidade de Batemans Bay (a cerca de 300 km ao sul de Sydney) e se estende até ao sul do estado de Victoria.

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Navios e aviões militares foram enviados, juntamente com equipas de emergência, para fornecer ajuda humanitária e avaliar os danos nas áreas mais remotas.

Em Vitória, onde 68 casas arderam esta semana, militares australianos estão a ajudar esta quinta-feira milhares de pessoas que fugiram para a costa devido aos incêndios que ameaçavam as suas habitações, na cidade costeira de Mallacoota, onde chegaram dois navios esta quinta-feira de manhã.

“Estimamos que cerca de 3.000 turistas e 1.000 habitantes estejam lá. Nem todos vão querer partir, nem todos podem entrar no navio de uma só vez”, disse o chefe de governo de Vitória, Daniel Andrews, citado pela imprensa local.

[Na Austrália, as chamas já devoraram um território maior do que a Dinamarca]

O comandante da Força de Combate a Incêndios do estado de Vitória, Doug Laidlaw, explicou que as pessoas devem começar a chegar aos navios na sexta-feira de manhã e sublinhou que as crianças, os doentes e os idosos têm prioridade.

O ministro dos Assuntos de Veteranos, Daniel Andrews, tinha já estado presente na zona da costa, onde o fumo dificultou as tentativas de resgate.

Os apelos feitos pelas autoridades são para as pessoas saírem das áreas assinaladas antes de sábado. A evacuação da área não turística será “a maior de todos os tempos na região”, disse o ministro dos Transportes da Nova Gales do Sul, Andrew Constance, em declarações à ABC.

O diretor-adjunto dos bombeiros, Rob Rogers, admitiu que é impossível, neste momento, apagar ou sequer controlar os incêndios em curso no estado. “Existem tantos nesta área que não conseguimos conter” a catástrofe, admitiu, acrescentando que, neste momento, o papel dos bombeiros é “apenas garantir que mais ninguém se atravessa na frente dos fogos”.

Segundo o Guardian, que cita as autoridades dos dois estados, o número de mortos deverá subir. Na quarta-feira, confirmou-se a morte de cinco pessoas nas localidades de Lake Conjola, Yatte Yattah, Sussex Inlet e Coolagolite (Nova Gales do Sul).

Contam-se ainda pelo menos 400 propriedades destruídas desde o passado domingo e continuam ativos mais de 200 incêndios.

Austrália. Filho de bombeiro morto nos incêndios recebe medalha póstuma em nome do pai

De acordo com as previsões meteorológicas, sexta-feira será um dia quente e ventoso no sul da Austrália.

Políticos e ativistas alertam para alterações climáticas

Em todo o mundo, políticos e ativistas têm reagido aos fogos que têm devastado a Austrália, dizendo que este é mais um alerta da emergência climática atual. Hillary Clinton, Bernie Sanders e a ativista Greta Thunberg foram algumas das figuras que optaram por comentar a situação no Twitter.

Bernie Sanders partilhou um artigo, afirmando que a situação se “tornará cada vez mais comum em todo o mundo” caso as alterações climáticas não sejam “agressivamente” combatidas. O democrata deixou ainda o apelo: “O futuro do nosso planeta está em jogo. Temos de agir”.

Hilary Clinton afirma também que não há margem para dúvidas, os fogos são uma consequência das alterações climáticas. “Com a Austrália a arder e o Ártico a derreter, é claro que estamos numa emergência climática”, escreveu.

Já Greta Thunberg, tem usado a mesma rede social para partilhar vários artigos e vídeos que mostram a devastação e as evacuações, utilizando a hashtag #Thisisfine.

Governo australiano mobilizou as forças armadas

Na terça-feira, as autoridades anunciaram a morte de pelo menos duas pessoas na localidade de Cobargo (Nova Gales do Sul) devido aos incêndios florestais que estão a devastar o sudeste da Austrália. Os fogos obrigaram milhares de pessoas a fugir para as praias para escapar às chamas e o governo australiano mobilizou as forças armadas para apoiar no combate.

“Hoje é um dia terrível para [o estado] de Nova Gales do Sul. Após a trágica morte, na noite passada, de um bombeiro voluntário, a polícia confirmou duas mortes em Cobargo. Uma terceira pessoa está desaparecida”, afirmou em conferência de imprensa a chefe de governo daquele estado, Gladys Berijiklian. Antes, o chefe de governo do estado de Victoria, Daniel Andrews, indicara que estão por localizar quatro pessoas naquele estado do sudeste do país, nas áreas onde vários fogos estão ativos.

As vítimas mortais de terça-feira foram identificadas como sendo pai e filho. Robert e Patrick Salway, de 63 e 29 anos, decidiram permanecer na sua quinta em Wandella, a cerca de dez quilómetros de Cobargo, para manterem as chamas afastadas. De acordo com a ABC Austrália, os corpos de Robert e do seu filho foram descobertos pela mulher durante a manhã desta terça-feira. O incêndio que lavra na região já consumiu 82 mil hectares de área florestal.

Segundo o The Guardian, o bombeiro que morreu na segunda-feira era Samuel McPaul, de 28 anos. McPaul morreu na segunda-feira perto da fronteira de Nova Gales do Sul com o estado de Victoria quando um “tornado de fogo” — descrito como um “estranho evento meteorológico” pelo porta-voz dos bombeiros — derrubou a carrinha de dez toneladas onde seguia. O acidente aconteceu a cerca de 110 quilómetros de Albury, pouco depois das seis da tarde (hora local). O homem de 28 anos ia ser pai em breve. A mulher, Megan, com quem tinha casado no ano passado, está à espera do primeiro filho.

(SAEED KHAN/AFP via Getty Images)

Dois bombeiros, de 39 e 52 anos, ficaram feridos durante o acidente e foram transportados para o hospital. O mais novo, que está internado em Melbourne, encontra-se em estado crítico, refere o mesmo jornal.

No município de East Gippsland, na fronteira com o estado de Nova Gales do Sul, ao qual pertence Mallacoota, cerca de quatro mil pessoas fugiram para as praias para escapar às chamas, numa das regiões mais turísticas da Austrália.

Andrews disse que está a ser considerada a possibilidade de evacuar algumas comunidades afetadas pelos incêndios, como Mallacoota, onde, de acordo com imagens difundidas nas redes sociais, é visível um céu vermelho e fumo denso. “Fizemos pedidos [à Defesa australiana] para nos apoiar na avaliação dos danos às propriedades e também para aceder a algumas comunidades isoladas por via marítima”, sublinhou.

A situação no estado de Vitória piorou nos últimos dias, com 260 novos incêndios declarados na segunda-feira e mais 61 durante as primeiras horas desta terça-feira.

Militares destacados para apoiar no combate aos incêndios

A ministra da Defesa da Austrália, Linda Reynolds, anunciou entretanto que já esteve em contacto com o primeiro-ministro, Scott Morrison, e já autorizou o destacamento de militares para apoiar no combate às chamas.

Ministério da Administração Interna português lamenta morte de bombeiro na Austrália

O ministro da Administração Interna português manifestou esta terça-feira o seu pesar pela morte, na segunda-feira, de um bombeiro no combate aos fogos que há meses assolam a Austrália. “Foi com consternação que tomei conhecimento do falecimento, ontem [segunda-feira], de um bombeiro nos dramáticos incêndios que assolam o vosso país”, refere a mensagem de pesar que Eduardo Cabrita enviou à embaixadora australiana em Portugal, Claire Rochecouste.

Na mensagem, Cabrita refere que, enquanto MAI, acompanha “diretamente o setor da emergência e da proteção civil, que em Portugal se materializa sobretudo através de incêndios rurais”, e que conhece “o empenho árduo dos bombeiros em salvar pessoas, animais e bens, tarefa que se revela cada vez mais complexa num contexto de alterações climáticas e do acentuar de fenómenos climatéricos extremos”.

“Venho, por isso, transmitir o pesar e enviar (…) sentidas condolências à família deste bombeiro e a nossa solidariedade e compaixão ao vosso Governo e a todos os australianos que passam por este difícil período”, conclui a missiva.

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