A decisão tomada pela Assembleia do Livre foi aprovada por unanimidade, mas vai ficando claro que não reúne consenso entre os membros do partido. Ricardo Sá Fernandes, membro do Conselho de Jurisdição — e que foi responsável pela redação do parecer sobre o conflito entre Joacine Katar Moreira e o Grupo de Contacto — afirma ao Observador que foi “totalmente surpreendido” pela resolução da Assembleia do partido e considera-a uma “injustiça democrática”.

É uma decisão politicamente errada e injusta. Foi tomada sem ter ouvido adequadamente a Joacine. Politicamente, não se retira confiança à única deputada do partido sem um processo mais completo e escrutinado”, diz.

Ao Observador, o atual membro do Conselho de Jurisdição — ao qual se recandidata integrando a lista única para o órgão do partido — garante que tomará “uma posição” em conformidade perante a “injustiça”. “Uma resolução destas toma-se depois de ouvir a Joacine sobre estes factos”, afirma notando que é “contra” a posição tomada pela Assembleia.

Assumindo que se trata de uma divergência política com a Assembleia, Sá Fernandes frisa que não se trata de uma tomada de posição “a favor de Joacine” ou “a favor da Assembleia”, mas de fazer cumprir “regras e métodos” necessários a um processo de decisão deste cariz, acrescentando que Joacine Katar Moreira “está a ser objeto de muitos ataques e campanhas injustificadas” e que o partido “devia ter outra postura”.

Além de afirmar que irá votar contra a resolução da Assembleia, Sá Fernandes acrescenta ainda que irá utilizar os mecanismos à sua disposição para impedir que a confiança política seja retirada a Joacine Katar Moreira. “A deliberação está tomada e foi tomada sem um processo prévio de escrutínio adequado. Nestes termos, neste contexto, neste momento não há condições para tirar a confiança política”, afirmou.

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