Foi perante uma plateia de críticos e jornalistas do setor automóvel que Ricardo Oliveira, diretor de comunicação da Renault, deu a conhecer a novidade: ao longo de 2020, a Renault vai desenvolver ações concretas na área da sustentabilidade, que incluem, entre outras medidas, a oferta de 200 euros em portagens Via Verde para clientes particulares e incentivos ao abate de viaturas para novos clientes de elétricos ou de híbridos. EcoPlan é o nome desta nova estratégia da marca criada a pensar na mobilidade sustentável.
EcoPlan em acção
O anúncio foi feito nesta quarta-feira ao fim da manhã e para assinalar a importância do momento também o administrador-delegado da Renault Portugal, Fabrice Crevola, esteve presente e tomou a palavra. O local escolhido não poderia ter sido mais adequado: o hotel ecológico Rio do Prado, junto à Lagoa de Óbidos, ao qual todos os convidados tiveram oportunidade de chegar ao volante do novo ZOE. A viagem feita desde a sede da Renault no Lagoas Park até Hotel Rio Prado e regresso, sempre sem sentirem necessidade de carregar a bateria, comprovou a crescente autonomia do ZOE.
A conferência de imprensa serviu igualmente para que a marca fizesse a habitual comunicação dos resultados do ano anterior. E os resultados de 2019 confirmam a Renault como líder no setor automóvel em Portugal pelo 22º ano consecutivo, com uma quota de mercado de 14,1% nos ligeiros de passageiros (e de 16,7% quando consideradas as vendas de todas as marcas do Grupo Renault). Esta posição de liderança deu o mote à apresentação da estratégia EcoPlan.
“Achámos que era preciso fazer algo”, explicou Fabrice Crevola na conferência de imprensa. “Quem melhor do que o líder do mercado para responder a este desafio, que é o da renovação do parque automóvel português?”, questionou. “Como líderes, queremos assumir este papel. Temos orgulho nesta responsabilidade.”
O EcoPlan surge num contexto de crise climática, com o consequente alerta mundial para que os cidadãos e as empresas tomem medidas concretas que contribuam para a sustentabilidade. Ao mesmo tempo, a Renault mostra com esta estratégia que está alinhada com as regras da Comissão Europeia quanto à redução de emissões poluentes (estabelecidas no programa “Ar Limpo Para a Europa”, ou “Clean Air For Europe” – CAFE).
“É um contexto completamente novo, além de que da parte dos clientes a visão também está a mudar”, referiu o administrador-delegado da Renault Portugal, destacando que o país tem o parque automóvel mais antigo da Europa, com 13 anos de idade média dos automóveis particulares em circulação. “As consequências deste parque antigo são muito mais poluição, consumos e manutenção que custam muito mais e problemas de segurança”, afirmou.
Em concreto, adiantou esta quarta-feira o diretor de comunicação, Ricardo Oliveira, o EcoPlan abrange cinco áreas: EcoAbate, ClasseZero, EcoCharge, EcoTour e EcoMobility. “Quando falamos de mobilidade sustentável, não é preciso falar apenas de automóveis elétricos”, explicou Ricardo Oliveira. “Se substituirmos o parque antigo, já estamos a tornar a mobilidade mais sustentável: a nível ambiental, de segurança e da economia para o cidadão-utilizador.”
A medida EcoAbate propõe um apoio da Renault para abate de automóveis com idade superior ou igual a 12 anos, na troca por elétricos (apoio de três mil euros), híbridos (dois mil euros), a diesel (1,750 euros), a GPL (1,250 euros) ou a gasolina (mil euros) – de qualquer modelo da gama Renault. No caso dos elétricos e dos híbridos, este apoio é acumulável com outros incentivos que o Estado venha a estabelecer e com outras campanhas comerciais que a Renault possa criar. A Renault compromete-se a retirar do parque circulante todos os veículos retomados ao abrigo desta medida, ou seja, serão de facto enviados para reciclagem.
Mesmo nos carros a diesel, os limites legais de emissões – partículas, óxidos de azoto, dióxido de carbono – são atualmente muito mais reduzidos do que no passado. Para além desse ganho ambiental, a substituição do parque antigo “tem um benefício em termos de segurança que nos parece relativamente evidente”, disse Ricardo Oliveira, notando que face ao que hoje se estabeleceu como padrão mínimo de segurança automóvel na Europa, “a esmagadora maioria dos automóveis com mais de 12 anos nunca poderiam ser vendidos”.
Quanto à medida ClasseZero, tendo em conta que o gasto médio em portagens se situa entre 250 e 300 euros anuais em Portugal, a Renault vai dar este ano aos novos utilizadores particulares dos elétricos da marca, mas também aos atuais possuidores, um dispositivo Via Verde com carregamento de 200 euros, o que, exemplificou Ricardo Oliveira, equivale em termos de distância e custo a cerca de 285 percursos Oeiras-Lisboa-Oeiras.
O ClasseZero aplica-se ao Renault Zoe, elétrico lançado em 2012, mas também ao próximo modelo elétrico da Renault, que estará no mercado português no último trimestre deste ano, foi revelado nesta quarta-feira. “Com esta medida também estamos a declarar que o automóvel elétrico já não é para andar a dar voltas na cidade e permite muito mais do que isso, incluindo abalançar-se na auto-estrada”, apontou o diretor de comunicação.
Em relação à EcoCharge, implica que de norte a sul de Portugal continental e nas ilhas a marca se compromete a ter até ao fim deste ano 60 postos de carregamento rápido ou acelerado de veículos elétricos – uma vez que a falta de autonomia das baterias é um assunto cada vez menos importante, que hoje dá lugar a preocupações face à rede de carregamento. Além disso, estarão a funcionar este ano 42 centros Expert ZE, ou seja, locais de venda e reparação, estando igualmente estabelecida a abertura de um centro de reparação de baterias, situado em Loures, nos arredores de Lisboa.
Finalmente, a conferência de imprensa deu conhecer as medidas EcoTour e EcoMobility. A primeira, compreende ações de divulgação de mobilidade elétrica em locais de grande afluência de público e ainda “workshops” para clientes profissionais. A segunda, vai oferecer aos clientes particulares soluções de aluguer operacional (“renting”), o que segue a tendência das novas gerações de prescindir não da utilização de automóvel, mas da aquisição.
Nos próximos meses, para divulgação do EcoPlan, a Renault terá o Observador a seu lado, numa parceria inédita.
Este artigo integra o projecto desenvolvido em parceria com a Renault que visa a promoção da mobilidade sustentável.
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