Já foi apresentado mas só abre oficialmente em fevereiro: Canto é o nome do mais recente projeto do chef José Avillez que, mais uma vez (não esquecer o já existente Beco Cabaret Gourmet), volta a juntar música e comida. A diferença é que agora tem ao seu lado uma ajuda de peso: a fadista Ana Moura e o cantor António Zambujo são parceiros do célebre chef português nesta novidade e será deles a responsabilidade de fazer a curadoria artística desta casa.

O início desta história começa com um fim. Em meados de 2019 o bi-estrelado Belcanto, casa bandeira do chef português, reabre numa nova localização, uma porta ao lado do espaço que costumava ocupar. Logo nessa altura ficou o aviso que o número 10 do Largo de São Carlos, em Lisboa, haveria de regressar com nova vida e agora sabe-se que essa reencarnação é este Canto.

A “tripla” por trás deste novo Canto, o mais recente projeto do chef José Avillez (em baixo), o cantor António Zambujo (à esq.) e a fadista Ana Moura (ao fundo).

No geral fala-se de um restaurante/sala de espetáculos de menu fixo, onde se compra bilhete para se sentar à mesa. Ou seja, é um concerto que tem sempre jantar e onde tanto no prato como no palco terão sempre primazia sabores portugueses. Zambujo e Moura serão os “diretores artísticos” da programação — podendo os próprios subir ao palco, caso estejam por Lisboa e disponíveis para atuar. Caberá ao cozinheiro, claro, tratar de tudo o que for servido.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O restaurante funcionará em regime de menu fixo com o preço de 75 euros por pessoa, sem bebidas, com compra prévia de bilhete obrigatória. Incluído estará o couvert e um total de oito momentos gastronómicos: três entradas frias (pode ser santola recheada, perdiz de escabeche, atum confitado com feijão-frade, ou tártaro de novilho trufado), três entradas quentes (camarão salteado com alho e malagueta, croquetes de rabo de boi e foie gras com emulsão de mostarda trufada e alheira de Mirandela DOP assada com ovo de codorniz estrelado), um prato principal (de entre opções como arroz de cogumelos selvagens, arroz de marisco, bacalhau à Brás com azeitona galega, leitão assado com molho de pimenta e batata frita, ou até o bife do lombo com batata frita às rodelas e molho trufado) e uma sobremesa (pudim Abade de Priscos, toucinho do céu, pastel de nata ou farófias com raspa de limão).

O arroz de marisco do novo Canto.

Por muito que o “Bel” tenha saído do nome desengane-se quem achar que isso o desprestigia — pelo contrário, a casa continua “bela” e isso deve-se às obras de transformação e redecoração encabeçadas pelo Estúdio Astolfi, colaborador de longa data dos vários projetos de Avillez. O estilo de Joana Astolfi, é bem visível na área onde mora o pequeno palco, por exemplo, graças aos vários bibelôs e bricabraque  que preenchem esse espaço, cada um no seu compartimento. Todo o restaurante é decorado em tons de madeira clara e azul profundo, criando uma área elegante mas descontraída.

A sala de refeições, com o palco ao fundo, na direita.

Este Canto só servirá jantares entre as 19h e as 20h15 (a cozinha fecha às 23h), de terça-feira a sábado, sendo que as atuações musicais serão sempre por volta das 21h30 e das 22h15. A boa notícia é que pelo menos às sextas-feiras e sábados o restaurante estará disponível para jantares fora de horas (estes já não têm obrigatoriedade de compra prévia de bilhete mas aconselha-se a reserva telefónica; há um consumo mínimo de 20€ por pessoa), tanto no registo de menu como à lá carte, desde que os pedidos sejam feitos entre as 23h e a uma da manhã — nestes dias a casa fecha às 2h e as atuações musicais acontecem às 23h30 e às 00h30.

Canto
Largo de São Carlos, 10, Lisboa
211 626 310 || www.canto.pt (para comprar os bilhetes)
Menu fixo de 75€ por pessoa (sem bebidas)
De terça-feira a sábado, das 19h às 00h (sexta-feira e sábado fecha às 2h)