O ministro do Ambiente não referiu o Livre ou a sua única deputada que ainda esta semana veio dizer que o seu partido votaria a favor do Orçamento do Estado caso o Governo aceitasse fazer “uma avaliação estratégica ambiental de todas as medidas”. Mas alinhou pela mesma ideia, quando desafiou o PS a fazê-lo depois de aprovado o Orçamento na Assembleia da República.
Nas Jornadas Parlamentares do PS, que decorrem em Setúbal, João Pedro Matos Fernandes desafiou os deputados socialistas a avaliarem “qual o impacto que tem o Orçamento na ação climática”.
O ministro considera que esta análise “muito dificilmente poderá ser feita previamente, medida a medida, porque ainda só se discutiu quanto custa isto, quanto custa aquilo, qual a despesa e qual a receita” ou até mesmo “em sede de preparação do próximo Orçamento, mas era muito interessante que nos três meses seguintes se dissesse — promovido pela Assembleia da República e era muito interessante que fosse o grupo parlamentar do PS a fazer esse desafio — quais as consequências da ação climática para o bem, o menos bem ou para o mal que resultam das propostas” feitas.
Um desafio que ficou feito numa altura em que se prepara a votação das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2020, que foram entregues até à segunda-feira passada, e na apresentação das quais foi avançada a ideia defendida pelo ministro. E em que a deputada do Joacine Katar Moreira até fez desse um ponto fundamental para um voto favorável ao Orçamento do Estado.
Na conferência de imprensa onde apresentou as propostas de alteração do Livre, a deputada única do partido prometeu “imediatamente votar favoravelmente este Orçamento se o Executivo aceitasse realizar uma avaliação estratégica ambiental a todas as medidas”. Essa porta fica, agora, aberta.
Matos Fernandes também não passou à margem do tema do momento, o preço da eletricidade, embora contornando a questão do IVA. O ministro que tem a tutela da Transição Energética aproveitou para dizer, entre “tantos mitos criados à volta do preço da eletricidade e da introdução de fonte renováveis”, que “nos últimos quatro anos, a eletricidade em Portugal reduziu-se em 8,5% com uma maior incorporação de renováveis e na Europa aumentou 6%”.