O Governo português deverá aprovar esta quinta-feira no Conselho de Ministros um plano para o desenvolvimento das futuras infraestruturas 5G que, embora não bana a empresa chinesa Huawei, colocará à empresa várias limitações, avança o Expresso, citando uma fonte governamental. A decisão deverá ser no sentido daquela que foi tomada pelo Reino Unido, seguindo os mais recentes alertas deixados pela Comissão Europeia.

5G. “Não estamos a apontar o dedo” a nenhuma empresa

“Há um ano identificámos o problema, apresentámos um relatório no verão, temos vindo a trabalhar com os nossos parceiros europeus e faremos o que temos dito: convergir com a UE”, diz uma fonte governamental ao mesmo jornal. A Huawei é vista por inúmeros países como uma empresa de risco por, alegadamente, utilizar os seus serviços e produtos para espiar a favor do governo chinês.

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Reino Unido desafia Trump e aceita Huawei no 5G, mas com limitações

Ainda na semana passada, o Reino Unido decidiu que a empresa chinesa de telecomunicações vai poder fornecer os equipamentos para as infraestruturas das futuras redes 5G no país, mas com severas limitações. Nestes países, a Huawei não poderá ter mais de 35% de quota de mercado nem equipamentos em redes sensíveis, como bases militares ou centrais nucleares.

No final de maio de 2019, os EUA emitiram um decreto executivo por motivos de segurança nacional, no qual proibiram empresas norte-americanas de negociar com a Huawei, incluíndo-a numa “lista negra”. Nessa mesma lista está também a ZTE, outra tecnológica chinesa. Rapidamente, e depois do alvoroço criado pela cessação de parcerias com a maioria das empresas tecnológicas norte-americanas — como a Google, que detém o Android, ou a fabricante de chips Qualcomm —, houve uma suspensão dos efeitos do embargo até agosto e, nesse mês, foi adiado para dezembro. Nesse mês, o embargo foi novamente suspenso, não tendo havido, no entretanto, autorizações que levem as empresas norte-americanas a trabalhar com a Huawei.

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A Huawei tem negado de forma veemente as acusações dos EUA. O país, por outro lado, tem deixado alertas a todos os aliados, como Portugal, dizendo que se aceitar que a Huawei forneça equipamentos para as estruturas de redes, as relações entre os estados serão afetadas. Segundo os EUA, a partilha de informação secreta mudará automaticamente assim que a Huawei tenha permissão para ser fornecedora de equipamentos. Resta saber qual será a posição dos EUA relativamente à decisão do Reino Unido, que poderá levar outros países a tomarem decisões semelhantes relativamente à Huawei.

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O 5G é o nome que se dá à próxima geração de redes de telecomunicações e que vai substituir o 4G — que usamos atualmente. O nome pode ser traduzido para “quinta geração de internet móvel”. Na prática, é o nome que se dá à tecnologia sem fios que usamos para comunicar e que, nos próximos 10 anos (presume-se), vai substituir o 4G, oferecendo velocidades mais rápidas e a possibilidade de mais equipamentos poderem estar ligados entre si.