O aeroporto do Montijo, a prospeção de lítio e as revisões da política agrícola comum e dos planos nacionais de energia e clima e da gestão integrada de fogos vão marcar o ano, defende a associação ambientalista ANP/WWF.

Num comunicado, a Associação Natureza Portugal (ANP), que em Portugal trabalha com a internacional WWF (World Wid Fund For Nature), diz que 2020 é um “ano crítico” para a natureza e lembra que há dois dias foi apresentado em Londres, pela WWF, um relatório no qual se constata que Portugal é uma das 10 economias globais que mais irá perder com os impactos económicos que resultam da perda de natureza. E em termos internacionais lembra também que a direção futura de três grandes mecanismos políticos da Organização das Nações Unidas (ONU) será decidida este ano: o acordo internacional sobre mudanças climáticas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Convenção sobre Diversidade Biológica.

Estes momentos constituem uma oportunidade para garantir um compromisso internacional de parar e reverter a perda da natureza – um novo acordo para a natureza e as pessoas que reconheça o elo fundamental entre natureza, clima e pessoas”, diz-se no comunicado.

A ANP/WWF destaca como positivo que o Governo tenha como prioridade o combate às alterações climáticas, ainda que tenha ficado “em segundo plano” a degradação da natureza, mas adianta que é preciso ver como essa prioridade se reflete em medidas concretas. A organização recorda também que várias organizações não governamentais, incluindo a ANP/WWF vão interpor uma ação judicial para travar o processo de um novo aeroporto na região de Lisboa. Recorda ainda estimativas que indicam que os serviços fornecidos pela natureza valem 125 mil milhões de dólares por ano, o dobro do Produto Interno Bruto mundial.

Em todo o mundo dois mil milhões de pessoas dependem diretamente da terra e da costa para subsistência, refere. “As soluções climáticas naturais fornecem empregos e melhoram os meios de subsistência locais: somente nos EUA, empregam mais de 120 mil pessoas, o que é mais do que a produção de ferro e aço”, diz-se no comunicado.

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