As autoridades iranianas decidiram prolongar por duas horas a votação para as legislativas que estão a decorrer e cuja votação deveria ter encerrado às 18h locais (14h30 de Lisboa).

A medida foi justificada com a necessidade de assegurar o direito de voto a todos quantos se concentram nas assembleias de voto.

Mais de 57 milhões de eleitores estão inscritos para escolherem 290 deputados, cinco dos quais representam as minorias confessionais — zoroastras (um), judeus (um), cristãos sírios e caldeus (um) e cristãos arménios (dois) -, de entre os mais de sete mil candidatos que vão a votos.

Os eleitores votam também para preencher sete lugares da Assembleia de Peritos em cinco províncias do país: Teerão, Qom, Khorasan Norte, Khorasan Razavi e Fars.

As urnas abriram às 8h locais (4h30 em Lisboa) e estavam previsto encerrar 10 horas depois, embora oportunamente tenha sido anunciado que a votação poderia vir a ser prolongada caso fosse necessário.

Uma elevada abstenção, previsível segundo observadores, representa uma derrota para o bloco conservador e ultraconservador e, por essa razão, nos últimos dias multiplicaram-se os apelos à participação dos eleitores.

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Os conservadores têm como principal figura Mohammad Baqer Qalibaf, antigo presidente da câmara de Teerão (2005-2017), ex-comandante da polícia (2000-2005), por três vezes candidato derrotado em eleições presidenciais e que se apresenta como “tecnocrata”.

Um lugar como deputado, dado como adquirido, pode resultar na sua eleição para a presidência do Majlis, pois o atual detentor do cargo, Ali Larijani, não se recandidata ao parlamento.

Do lado dos ultraconservadores, a principal figura é Morteza Aghatehrani, que já foi eleito deputado em duas ocasiões.

Com a desqualificação de muitos nomes importantes do lado dos reformadores, Majid Ansari, próximo do antigo Presidente Mohammad Khatami, surge como a figura de proa do movimento para o escrutínio.