A Apple propôs pagar até 500 milhões de dólares (cerca de 447 milhões de euros) para fechar um processo em tribunal, nos EUA. A gigante tecnológica é acusada de, deliberadamente, tornar os iPhone mais lentos, através de atualizações de software. Se o acordo for aceite por um juiz federal, a Apple terá de pagar a cada utilizador afetado no país cerca de 25 dólares (cerca de 22 euros), avança o The New York Times.
Depois de inúmeros utilizadores dos iPhone nos EUA terem acusado e processado a empresa, esta decidiu tentar um acordo e evitar ir para julgamento. Contudo, a decisão do juiz ainda pode demorar meses e não é certo que se chegue a acordo. Se não for, o processo judicial continua.
Se o acordo for aceite, a empresa terá de pagar ao todo entre 310 a 500 milhões de dólares para fechar o caso. O montante é variável porque irá depender de quantos utilizadores dos smartphones afetados façam queixa. Parte deste montante, cerca de 90 milhões de dólares, será para o advogados que apresentaram a queixa.
Apple reduz desempenho dos iPhones propositadamente, revela estudo
Para se receber os cerca de 25 dólares que a Apple propõe pagar, os utilizadores afetados têm de viver nos Estados Unidos da América e ter dispositivos com software fornecido antes de 21 de dezembro de 2017. Este montante aplicar-se-á apenas para utilizadores com modelos iPhone 6, 6s Plus, 7, 7 Plus e SE atualmente com o sistema operativo iOS 10.2.1 ou posterior, ou qualquer iPhone 7 ou 7 Plus com iOS 11.2 ou posterior. Os clientes afetados apenas terão de comprovar à Apple que foram afetados.
O caso que está na origem deste processo remonta ao final de 2017, depois de a Primate Labs, detentora do software de benchmark Geekbench (que mede a eficácia de processadores), ter revelado que os iPhone 6s e os iPhone 7 com uma versão do sistema operativo mais recente da Apple ficam mais lentos – propositadamente. Na altura, a Apple afirmou que esses resultados eram devidos a uma “funcionalidade lançada para os iPhone 6, 6S e SE”.
Apesar desta “funcionalidade” poder ser evitada trocando a bateria de um iPhone mais antigo quando esta começa a ser menos eficaz, vários utilizadores criticaram a empresa por ter deliberadamente omitido a característica introduzida. A Apple foi ainda criticada por só se ter pronunciado depois de esta questão se ter tornado pública. Devido às críticas, a Apple lançou um programa de troca de baterias em janeiro de 2018 para os modelos já referidos.
Na altura, John Poole, autor do estudo, afirmou que a Apple, ao reduzir propositadamente a eficácia do processador, sem avisar os consumidores, estava a “a convencer o utilizadores a trocar de equipamento, em vez de trocarem só a bateria”.