Oferta inalterada, entradas pela porta de saída, fim da venda de bilhetes a bordo e paragens obrigatórias em todas as paragens de autocarro. Estas são algumas das medidas que a Carris aplicou na sequência da situação de emergência provocada pela Covid-19. Aquela que deverá ter mais impacto para os utilizadores dos autocarros na cidade de Lisboa é a validação de títulos de transportes que passará a ser “facultativa” — ou seja, na prática, e como não se poderá comprar bilhetes a bordo, os autocarros da Carris passarão a ser gratuitos ao longo dos próximos dias.
Isso mesmo confirmou ao Observador fonte oficial da empresa, que explicou que, “sendo as validações facultativas, é o que acabará por acontecer”.
A Carris disponibilizou no seu site as novas medidas, que entram em vigor já este domingo, dia 15 de março. Uma delas é a obrigatoriedade por parte dos motoristas de pararem em todas as paragens, evitando assim que os passageiros tenham de carregar no botão de stop.
As entradas pela porta traseira passam a ser feitas para “reduzir o contacto físico com os tripulantes”, com a Carris a recomendar aos passageiros que usem “as regras que já estão habituados a utilizar em outros modos (nomeadamente no Metropolitano e na CP), ou seja, deixar os passageiros sair primeiro antes de entrarem na viatura”.
O objetivo é limitar a exposição dos motoristas, que passarão a ter uma “fita delimitadora” em torno do seu posto e deixarão de vender bilhetes a bordo. O uso de máscaras por parte dos motoristas e guarda-freios é “deixada ao critério individual de cada um” — uma medida adotada depois de o Observador ter noticiado que alguns motoristas da Carris estavam a utilizar máscaras contra a indicação da empresa, que seguia as recomendações da DGS (apenas para profissionais de saúde ou pessoas em contacto com casos comprovadamente infetados). Também o acesso dos trabalhadores da Carris às instalações da empresa passará a implicar “uma medição de temperatura”.
Quanto aos ascensores e elevadores da Carris, o único que não funcionará é o elevador de Santa Justa. Os ascensores do Lavra, da Glória e da Bica continuarão a funcionar, sem venda de bilhetes a bordo. Este último com uma ligeira alteração: o compartimento do guarda-freios passará a ser interdito aos passageiros.