Depois de Itália, Espanha é o segundo país a ultrapassar a China em número de mortes devido à Covid-19. À semelhança do que está a acontecer nos outros países afectados pela pandemia, também por lá a falta de ventiladores é apontada como uma forte lacuna para travar as fatalidades. Daí que os espanhóis se estejam a mobilizar para rapidamente encontrar formas de superar esta falha e providenciar o devido apoio aos infectados pelo coronavírus.

Uma das iniciativas partiu de um grupo de engenheiros da empresa de robótica Protofy, que desenvolveram um protótipo capaz de ser fabricado em casa, mesmo por alguém inexperiente, em apenas quatro horas. A solução é simples e passa por converter uma máscara de válvula de bolsa (BVM, Ambu bag) num apoio respiratório mecânico, com recurso ao motor do limpa pára-brisas. Segundo um dos envolvidos no projecto, Lluís Rovira Leranoz, trata-se de uma solução de último recurso, pois o dispositivo comporta riscos. Não tantos quanto as vantagens: não são precisas ferramentas nem materiais especiais, basta o motor e ter uma serra à mão.

A Seat interessou-se pelo projecto e diz-se disponível para produzir, em volume, os ventiladores da iniciativa OxyGEN, mal o dispositivo seja validado nos testes de segurança a que tem de ser submetido antes que possa salvar vidas. E se o OxyGEN passar nesse crivo, o construtor espanhol já se disponibilizou para que também as fábricas que possui na China e no México produzam o equipamento.

Enquanto isso, o fabricante de Martorell já se encontra envolvido numa outra frente de combate, nesta mesma batalha contra a Covid-19. A Seat integra um grupo que envolve o Consórcio da Zona Franca de Barcelona, a HP e o centro tecnológico Leitat, que conseguiu aprovação médica para o produzir o chamado Leitat 1, um BVM mecânico que se encontra em produção desde segunda-feira, com recurso à impressão 3D. Até ao final da semana, a produção diária andará entre 50 e 100 unidades, mas a meta é atingir 300 dispositivos/dia e colocar o equipamento à disposição de paramédicos, na medida em que os pacientes com maiores dificuldades respiratórias carecem de um suporte mais complexo.

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