Há médicos na região norte do país com indicações para darem alta a doentes diagnosticados que estão há 14 dias sem sintomas, apesar de o vírus poder demorar um mês a desaparecer, segundo o Jornal de Notícias, que aponta como causa para esta opção as dificuldades no acesso a testes de rastreio.

Segundo um documento enviado por uma unidade de saúde do setor público aos médicos, citado pelo jornal, “na impossibilidade de realizar testes”, os doentes podem deixar o isolamento “até realização de dois testes negativos ou 14 dias após o desaparecimento de todos os sintomas”. Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), confirma que há doentes a deixar o isolamento, sem sintomas, mas sem realizarem testes.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) tem frisado que é necessário realizar dois testes num intervalo de 24 horas com resultado negativo para que os utentes possam ter alta. O subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, também já avisou que o vírus pode permanecer na orofaringe durante 21 ou 28 dias, mesmo sem que o paciente tenha sintomas.

De acordo com o JN, os laboratórios encarregues de fazer o testes à Covid-19 não estão a conseguir dar resposta aos pedidos. Na zona do Porto, escreve o jornal, há pessoas que só conseguem uma vaga para depois de dia 10, um prazo que não está a ser aceite pelos doentes em isolamento há mais de 14 dias.

Estas orientações podem ajudar a explicar o número de casos recuperados que constam no boletim diário da DGS, que desde o dia 27 de março até esta quarta-feira se mantinha nos 43.

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