O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse esta segunda-feira que vai haver “mudanças profundas no modelo de funcionamento do Centro de Instalação Temporária do SEF no aeroporto de Lisboa, na sequência do caso da morte de um cidadão ucraniano.
Sem concretizar, o ministro adiantou que haverá mudanças no plano da organização do modelo de funcionamento do Centro de Instalação Temporária do Serviço Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa, onde o cidadão ucraniano morreu alegadamente após a agressão por inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
“As decisões administrativas foram tomadas de imediato e haverá mudanças profundas daquilo que é o funcionamento dessa estrutura para pessoas que são impedidas de entrar no país”, disse. “Este é um caso inaceitável e é uma vergonha para um país que é um exemplo de como bem tratar migrantes, bem acolher”, disse Eduardo Cabrita em entrevista à Rádio Renascença.
Também na entrevista esta segunda-feira à Rádio Renascença, Eduardo Cabrita adiantou que a partir desta segunda-feira vão estar nas estradas, em ações de fiscalização, 35 mil efetivos da PSP, GNR e SEF.
“Vão funcionar em regras de espelho, com alteração do sistema de turnos, de modo a tentar garantir o mínimo de contacto e o máximo de operacionalidade”, disse.
O decreto de renovação do estado de emergência prevê um período em que a circulação em Portugal vai estar limitada, entre as 00h da quinta-feira e as 24h de segunda-feira, de forma a condicionar ao máximo deslocações durante o período pascal devido ao risco de contágio por Covid-19
Eduardo Cabrita contou também que o número de casos positivos de Covid-19 identificados em agentes da PSP não coloca em causa a operacionalidade das forças de segurança.
“Há 100 agentes infetados, entre efetivos da PSP e da GNR. Temos um sistema de prioridade em testes que permite rapidamente despistar os contactos desses agentes. Tal determinava a colocação em inoperacionalidade de 630 militares e agentes”, disse.
Na entrevista à Rádio Renascença, o ministro abordou igualmente o repatriamento dos tripulantes do navio de cruzeiro MSC Fantasia, proveniente do Brasil, que acostou no Porto de Lisboa com 1.338 passageiros, maioritariamente da União Europeia, Reino Unido, Brasil e Austrália, a bordo.
Todos os passageiros do cruzeiro já foram repatriados, com exceção de alguns tripulantes.
De acordo com Eduardo Cabrita, alguns tripulantes foram repatriados no fim de semana e os que faltam deverão ser em breve a retirada ou para saber se o barco sai de onde está.
O Governo está em conversações com a empresa para resolver o problema num curto prazo.