Mais de 600 pessoas já morreram intoxicadas no Irão desde o início da pandemia de coronavírus por consumirem álcool que não é seguro. Além das vítimas mortais, outras três mil pessoas estão com problemas de saúde pelo mesmo motivo. Segundo a BBC, que esta terça-feira cita um porta-voz judicial iraniano, algumas das intoxicações estão relacionadas com bebidas alcoólicas contrabandeadas que as pessoas estão a consumir com a assunção de que podem ajudar a prevenir a infeção por coronavírus.

De recordar que, no Irão, a produção e o consumo de bebidas alcoólicas é proibido, o que leva à produção e venda ilegal destes produtos. De acordo com a BBC, várias pessoas já foram detidas desde o início da pandemia por produzirem bebidas ilegamente — produção essa que acontece com álcool que não é seguro e que é perigoso para a saúde de quem o consome. Contudo, a Bloomberg acrescenta que nem todas as 600 mortes foram provocadas pela ingestão de bebidas contrabandeadas.

Segundo o meio de comunicação norte-americano, a corrente de notícias falsas no Irão espalhou a notícia de que o consumo de álcool industrial — etanol e metanol, sem serem destilados — também contribui para a prevenção da infeção e até para a desinfeção do organismo. A meio de março, a Bloomberg dava conta de que já tinham morrido 61 pessoas apenas na província de Fars por terem bebido metanol, também conhecido como álcool metílico, número que era cinco vezes superior às vítimas mortais provocadas pela Covid-19 naquela região.

O Irão é nesta altura o sétimo país a nível mundial com mais infeções. Estão confirmados 62.589 casos positivos no Irão e 3.872 vítimas mortais. O sistema de saúde iraniano está já numa fase de quase rotura e existe escassez de medicamentos, material médico e camas de hospital, conta a Bloomberg.

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