A organização internacional União Africana nomeou um grupo de enviados especiais para mobilizar a comunidade internacional no apoio à economia dos países africanos que enfrentam a pandemia da doença covid-19, foi anunciado este domingo.
Em comunicado, a União Africana, liderada pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, explica que os enviados especiais irão solicitar medidas rápidas e concretas a entidades como a União Europeia e o grupo G20.
“À luz do devastador impacto político e sócio-económico da pandemia nos países africanos, estas instituições podem apoiar as economias, que estão a passar por sérios desafios, com um compreensivo pacote de estímulos, incluindo dívida diferida e pagamento de juros”, afirmou Cyril Ramaphosa.
Da equipa de enviados especiais fazem parte os ex-ministros das Finanças Ngozi Okonjo-Iweala (Nigéria), Donald Kaberuka (Ruanda) e Trevor Manuel (África do Sul) e o banqueiro e antigo diretor executivo do Credit Suisse Tidjane Thiam.
No entender de Cyril Ramaphosa, o trabalho destes enviados especiais poderá agilizar o apoio económico aos países africanos para que estes possam responder rapidamente a esta emergência de saúde pública por causa da covid-19.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África é de 744 e estão registados 13.686 casos em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A pandemia afeta já 52 dos 55 países e territórios de África, com quatro países — África do Sul, Argélia, Egito e Marrocos – a concentrarem mais de metade das infeções e mortes associadas ao novo coronavírus.
A África do Sul tem o maior número de casos (2.028), com 25 mortos, mas o maior número de vítimas mortais regista-se na Argélia (275), em 1.825 infetados.
Todos os países africanos lusófonos registam casos da doença, com a Guiné-Bissau a ser o mais afetado, contabilizando 39 pessoas infetadas pelo novo coronavírus. Angola soma 19 casos confirmados de covid-19 e duas mortes.
Moçambique tem 20 casos declarados de infeção pelo novo coronavírus e Cabo Verde totaliza oito casos de infeção desde o início da pandemia, entre os quais um morto. Na quinta-feira, as autoridades cabo-verdianas anunciaram que morreram 12 cidadãos de Cabo Verde no estrangeiro vítimas da doença.
São Tomé e Príncipe, o último país africano de língua portuguesa a detetar a doença no seu território, tem quatro casos confirmados.
Na Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão confirmados 18 casos positivos de infeção.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 107 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, quase 345 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.