O Bundesbank, banco central alemão, acredita que a pandemia de Covid-19 e as medidas para a conter precipitaram a economia daquele país numa “recessão severa” e descarta uma possível recuperação rápida, de acordo com um boletim mensal.
No documento, publicado esta segunda-feira e citado pela agência Efe, o banco diz que a pandemia paralisou alguns setores de serviços de consumo, bem como a atividade económica em geral, desde meados de março.
Até que ponto cairá a atividade económica no final não se pode prever neste momento, porque a duração da recessão dependerá de quando e em que medida se relaxam as restrições que se aplicaram para lutar contra a pandemia”, adiantam os economistas da instituição.
Ainda assim, o Bundesbank acredita que “uma recuperação económica rápida é improvável”. Já foram anunciadas algumas medidas de levantamento do confinamento, mas até que exista uma solução, como uma vacina ou medicamentos comprovadamente eficazes, deverão manter-se “restrições sociais” e por isso parece improvável “uma recuperação económica rápida e forte”, segundo o organismo.
No boletim, o Bundesbank diz ainda que o fator decisivo para evitar um impacto mais profundo é a rapidez com que os consumidores e as empresas regressam à normalidade depois do relaxamento das restrições, não só no caso da Alemanha, mas também de todos os países com os quais tem ligações estreitas.
Apesar de tudo, para os economistas do Bundesbank, esta tendência de queda não se deverá intensificar por si própria, porque os sistemas de segurança social, os estímulos monetários do Banco Central Europeu (BCE) e as medidas de apoio fiscal do governo alemão “se opõem a esse cenário”.
A entidade acredita que os setores mais afetados pela queda de faturação devido ao encerramento de empresas, lojas e outras medidas são a restauração, os agentes de viagens, outros serviços de cultura e o setor têxtil. A queda de consumo nestes segmentos fez contrair o Produto Interno Bruto (PIB) em mais de um ponto percentual no que diz respeito ao primeiro trimestre do ano, de acordo com a instituição.
Os pedidos de subsídio de desemprego dispararam no mês passado e agora são os mais elevados desde a crise de 2009, refere a Efe.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 735 pessoas das 20.863 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.