Tony Blair considerou que o governo britânico está “assoberbado” pela situação epidémica no Reino Unido e que a doença de Boris Johnson deixou um “vazio” na governação que precisa de ser preenchido, pois as decisões têm de continuar a ser tomadas. Em entrevista ao programa de televisão “Good Morning Britain”, esta quarta-feira, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido pediu uma reorganização do governo e sublinhou a importância da realização de testes em larga escala.

Afirmando que “obviamente” que Johnson “tem de ficar melhor”, que tem “estado seriamente doente”, Blair insistiu que, no entanto, é importante que algumas decisões sejam tomadas “agora” e que não pode existir “um vazio na tomada de decisões”. Enquanto o primeiro-ministro não recupera da Covid-19, com que foi diagnosticado no final de março, o governo está a ser liderado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab.

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“Acho que numa situação onde cada dia é importante e em que têm de ser tomadas decisões diariamente, a pessoa que está a agir como primeiro-ministro juntamente com aquilo que é basicamente um conselho de guerra — os quatro principais ministros estão a trabalhar em conjunto — tem de tomar as decisões. Decisões sobre como o governo se deve organizar, o que precisamos de fazer para nos prepararmos para quando o isolamento foi levantado, em relação às escolas, aos sectores geográficos, geracionais, negócios. Estas decisões têm de ser tomadas já”, considerou, citado pelo jornal Daily Mail.

Apesar de preferir ser “construtivo” nas suas críticas, Blair defendeu que o governo precisa de se reorganizar. “Devia dividir-se os diferentes elementos chave e ter ministros seniores a dirigir cada um deles”, sugeriu, afirmando que o executivo britânico precisa de ser capaz de lidar com a situação “em todas as diferentes dimensões e não ficar assoberbado” por ela. “Digo isto com muita humildade, porque sei quão difícil é estar no governo e sei quão difícil é tomar decisões.”

Blair não acredita que as medidas de distanciamento social venham a ser, para já, levantadas, considerando em entrevista ao “Good Morning Britain” que a única saída para esta situação é através da realização de “testes em massa”. “Será muito difícil sair do isolamento sem realizar testes em massa. Não vejo outra formas de sairmos disto”, afirmou, frisando que essa saída será um processo difícil e muito complicado.