A guerra ia longa, mais de um ano precisamente, mereceu elogios de Marcelo Rebelo de Sousa e até hipóteses de plano B, mas esta sexta-feira a autarquia Porto anunciou que o último passo para a reconversão do antigo Matadouro Industrial num polo empresarial, cultural e social, está dado. “A Câmara do Porto acaba de ganhar o recurso que interpôs acerca do chumbo do visto prévio dado pelo Tribunal de Contas à obra.”

Recorde-se que o Tribunal de Contas tinha recusado o visto prévio ao referido projeto a 4 de fevereiro de 2019, ou seja, há 14 meses, tendo dado ao município 10 dias para apresentar recurso. “Passado mais de um ano, a câmara do Porto ganhou o recurso, recebendo o visto, último passo necessário ao início dos trabalhos.”

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O antigo Matadouro Industrial do Porto, situado na freguesia de Campanhã, está desativado há 20 anos. Chegou a ser posto em hasta pública pelo anterior presidente da câmara, mas nunca foi vendido. Agora, vai ser alvo de um investimento de quase 40 milhões de euros, suportado na íntegra pela Mota-Engil, empresa que venceu o concurso lançado pela autarquia para a concessão do espaço.

A iniciativa prevê uma área para a instalação de empresas, galerias de arte, museus, auditórios e espaços para acolher projetos de coesão social, que “prometem ser o impulso que faltava à freguesia de Campanhã e à zona oriental da cidade”.

As obras deverão demorar cerca de dois anos e, de acordo com a autarquia, o Matadouro “pode servir como grande impulsionador económico, social, cultural e demográfico das freguesias mais orientais do Porto (Bonfim e Campanhã), mas será também um extraordinário polo dinamizador de toda a cidade”.

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O projeto de arquitetura, feito em parceria com o gabinete Ooda, instalado em Matosinhos, é da autoria do arquiteto japonês Kengo Kuma, conhecido pela assinatura do estádio que vai acolher os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021; por equipamentos culturais como o Suntory Museum of Art, também no Japão, o francês Besançon Art Center; ou pelo spa caribenho do Mandarin Oriental Dellis Cay.

“A Mota-Engil, que já prestou caução à câmara do Porto, fica obrigada a cumprir o programa delineado pela autarquia, nos próximos 30 anos. No final desse período o equipamento ficará municipal. À autarquia, que ocupará uma parte do antigo Matadouro, cabe a realização de projetos de dinamização cultural, de envolvimento da comunidade e afetos à coesão social”, avança a autarquia em comunicado.

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