Nos Países Baixos não há treinos e a época acabou, sem vencedores nem vencidos. Nenhum clube foi campeão e ninguém subiu nem desceu de divisão, decidiu o governo e anunciou esta sexta-feira a Real Federação Holandesa de Futebol. Pelo menos até ao próximo dia 1 de setembro, estão proibidos todos os grandes eventos no país — seja à porta aberta ou fechada. Não há jogos de futebol, ponto.

No resto da Europa, onde muitos clubes e ligas começam agora a voltar aos treinos, alguns já com datas marcadas para o regresso à competição, talvez devesse acontecer o mesmo, alertaram em declarações ao Corriere della Sera os profissionais da Federação de Médicos Desportivos de Itália, salientando que, por muitos cuidados que se tenham, uma parte essencial do jogo será sempre impossível de proteger: “A bola pode ser uma causa potencial de contágio”, por poder servir de veículo de transmissão ao vírus, alertam. Isso é válido para qualquer modalidade, incluindo, mais ainda do que o futebol até, todas aquelas em que tocar na bola com a mão é essencial, em vez de falta.

Em Itália já há data para o regresso das equipas da série A aos treinos: 4 de maio. Tal como se prevê que aconteça em Espanha — e como está já a acontecer em Portugal, onde Sporting já começou a treinar e Benfica e Sporting de Braga já anunciaram que vão fazer o mesmo no início desta semana —, nos primeiros tempos todos os treinos serão feitos de forma individual e sem trocas de bola. Sendo que em Espanha, a intenção da Liga é tornar o uso de luvas obrigatório e impor testes periódicos ao novo coronavírus a todos os profissionais envolvidos. Em qualquer um destes países não existem ainda previsões de quando os campeonatos poderão ser retomados, só a certeza de que quando isso acontecer, não vai haver adeptos nas bancadas.

Na Alemanha, onde o Borussia Mönchengladbach espalhou cartões impressos com as fotografias dos adeptos pelas bancadas do Borrussia-Park, para compor a audiência, a Liga já apresentou uma proposta de regresso à competição ao governo, onde sugere que seja permitida a entrada de 300 pessoas nos estádios — jogadores incluídos. De acordo com um documento interno do Ministério de Trabalho alemão, revelado pela Der Spiegel, para regressarem aos relvados os jogadores deverão ter de jogar de máscara e de se manter em quarentena até ao fim da competição. Mas o mais provável é que, para já, os jogos sejam disputados à porta fechada.

Em Portugal, o Sporting foi o primeiro a regressar aos treinos, no início da semana passada, mas os balneários da academia de Alcochete permanecem fechados — os jogadores, que treinam divididos por seis relvados e sempre à distância mínima de segurança de 10 metros (não há trocas de bola, só exercícios individuais), já veem equipados de casa e é lá que tomam banho, ao final do dia. No fim dos treinos, todas as bolas são desinfetadas.

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