Depois do insucesso nas medidas adotadas em março quando a pandemia começava a ganhar dimensão na Europa, como as medidas de confinamento bem menos rígidas do que se viu noutros países do continente, a Holanda tem tomado posições mais radicais nesta fase e foi nesse contexto que, na terça-feira, o primeiro-ministro Mark Rutte avançou para a proibição de qualquer grande evento no país até 1 de setembro. O futebol, como um dos setores que estava nesse lote “vetado”, tinha um problema. Esta sexta-feira, encontrou a solução possível.

A UEFA, através do presidente Aleksander Ceferin, colocou sempre como prioridade o final de todas as provas que tinham sido interrompidas, alargando mesmo todos os prazos não só a nível de licenciamento dos clubes para as competições europeias mas também os representantes para Liga dos Campeões e Liga Europa de 2020/21. No entanto, deixou sempre uma salvaguarda: a posição dominante seria sempre dos governos nacionais.

Foi isso que ficou definido entre a UEFA e a Federação Holandesa de Futebol (KNVB): apesar de existir todo um trabalho de preparação para um possível regresso das competições no país, a decisão das autoridades nacionais acabou por ser soberana, com o órgão que tutela o futebol europeu a aceitar a decisão e a colocar apenas o pedido dos representantes para cada uma das provas da próxima época e respetiva distribuição.

A decisão, essa, acabou por ser salomónica: com Ajax e AZ empatados na liderança da classificação com 56 pontos em 25 jogos, o conjunto de Amesterdão em vantagem pela diferença de golos marcados e sofridos (45-37) e a formação de Alkmaar na frente no confronto direto (vitórias 1-0 em casa e 2-0 fora), a Federação entendeu não atribuir título de campeão e “premiar” o Ajax em termos europeus, colocando o campeão no playoff de apuramento para a Champions (até por ter melhor ranking na UEFA) e o AZ na segunda ronda de qualificação.

Em paralelo, o Feyenoord, que estava na terceira posição, tem entrada direta na fase de grupos da Liga Europa; o PSV, que ocupava o quarto posto, vai fazer a terceira pré-eliminatória; e o Willem II, que seguia no quinto lugar, entra na segunda pré-eliminatória. Na outra decisão de fundo tomada, Den Haag e RKC Waalwijk, que ocupavam os dois últimos lugares, mantêm-se na Eredivisie, enquanto equipas como o Cambuur ou o De Graafschap, que estavam nas duas primeiras posições da Eerste Divisie, vão continuar no segundo escalão.

De referir que a Holanda tem nesta altura um pouco mais de 36.500 casos de Covid-19 (mais 806 nas últimas 24 horas) e 4.289 mortos (112 nas últimas 24 horas).

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