Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021, serão “difíceis” de organizar se a pandemia de Covid-19, que levou ao adiamento, não estiver contida no próximo ano, disse esta quarta-feira o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.

Num discurso ao parlamento japonês, Abe reforçou a ideia de que organizar os Jogos Olímpicos seria uma forma de “testemunhar a vitória da humanidade sobre o novo coronavírus”, mas se esse não for o caso, “será difícil ter os Jogos”.

O governante afirmou que a existência de uma vacina será da maior importância para organizar Jogos Olímpicos e Paralímpicos “de forma segura e bem sucedida para atletas e espetadores”, o que não poderá acontecer “se a pandemia não estiver contida”.

Por causa do surto do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio2020, inicialmente agendados para decorrerem entre 24 de julho e 9 de agosto, foram adiados para 2021 e estão agora marcados entre 23 de julho e 8 de agosto desse ano.

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O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse esta quarta-feira que o adiamento terá um custo adicional de “várias centenas de milhões de dólares”, num momento em que a comunidade médica defende que só a existência da vacina pode justificar a sua realização no próximo ano.

O presidente da Associação Médica do Japão, Yoshitake Yokokura, defendeu, no decorrer de uma conferência de imprensa, que “os Jogos Olímpicos só serão possíveis se a infeção estiver sob controlo, não apenas no Japão, mas em todo o mundo”, uma ideia reforçada por especialistas como Kentaro Iwata ou Devi Sridhar.

A ideia é também defendida pelo presidente do Comité Organizador, Yoshiro Mori.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.