O laboratório norte-americano Gilead Sciences anunciou “resultados positivos” no tratamento de doentes com Covid-19 através de Remdesivir.

Num comunicado publicado esta quarta-feira, a empresa afirma que “tem conhecimento de dados positivos do estudo pelo Instituto Nacional das Alergias e Doenças Infecciosas” e que “o ensaio cumpriu os seus objetivos principais”.

Outro comunicado publicado pouco depois esclareceu ainda que, numa terceira fase do ensaio, em que doentes em estado grave foram tratados com Remdesivir, o laboratório obteve “resultados de topo”.

De acordo com a Gilead Sciences, “os pacientes que receberam o tratamento de 10 dias chegaram a resultados positivos semelhantes em termos de estado clínico que os tratados durante cinco dias”. E sem efeitos secundários.

Segundo a empresa, isto significa que “poderá expandir-se significativamente o número de pacientes que poderiam ser tratados com nosso suprimento atual de remdesivir”: “Isso é particularmente importante no cenário de uma pandemia, para ajudar hospitais e profissionais de saúde a tratar mais pacientes com necessidade urgente de cuidados”, defenda o laboratório.

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A notícia surge depois de a Organização Mundial de Saúde ter publicado por engano os resultados obtidos no primeiro estudo clínico que avaliava o Remdesivir antiviral em investigação aplicado em pacientes com doença grave de Covid-19 na China.

“O estudo foi encerrado rapidamente devido às baixas inscrições [de voluntário] e, como resultado, foi insuficiente para permitir conclusões estatisticamente significativas.

Como tal, os resultados do estudo são inconclusivos”, explicou a Gilead Sciences. Mas, apesar das ressalvas que abrem o documento, o laboratório afirmava que “os dados sugerem um benefício potencial para o Remdesivir, principalmente entre pacientes tratados precocemente na doença”.

O remdesivir é um medicamento antiviral que foi desenvolvido originalmente contra o ébola, mas que está a ser testado contra o SARS-CoV-2. De acordo com a Gilead Sciences, os testes laboratoriais demonstraram que é ativo contra o vírus que causa a Covid-19. Agora, a segurança e eficácia do medicamento estão a ser avaliadas em vários ensaios clínicos.