Durante o período em que Portugal esteve em estado de emergência, de 18 de março a 3 de maio, a Segurança Social recebeu 80.560 pedidos de subsídio de desemprego, segundo dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Só em abril, o número de pedidos à Segurança Social superou os 53 mil, mais 10 mil do que os pedidos que entraram em todo o mês de março. Feitas as contas, desde o início de março e até esta segunda-feira, dia 4, tinham entrado quase 100 mil pedidos de subsídio de desemprego. O dia em que entraram mais solicitações foi a 1 de abril (6.361).

Os dados não refletem totalmente o desemprego em Portugal, uma vez que há pessoas que, estando desempregadas, não pedem logo o subsídio de desemprego – o que se pode dever ao facto, de por exemplo, não terem o período mínimo de descontos para poderem aceder ao apoio. O Instituto Nacional de Estatística (INE) ainda não divulgou os dados do desemprego nem de março nem de abril devido “ao impacto da pandemia na obtenção de informação primária“, pelo que não é ainda possível ter uma fotografia concreta do impacto do coronavírus no desemprego.

Os dados do Ministério do Trabalho permitem ainda aferir o número de desempregados que se registaram nos centros de emprego: desde o início do estado de emergência e até ao final de abril (o Ministério só revelou dados até 30 de abril), inscreveram-se no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) mais de 91 mil pessoas. Se alargarmos a análise a todo o mês de março e de abril, foram inscritas 115 mil pessoas.

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A 30 de abril, o IEFP tinha 368 mil inscritos, valor que contrasta com os 321 mil de março.

Mais de 100 mil empresas pediram para aderir ao layoff

Os dados oficiais revelam ainda que mais de 100 mil empresas já aderiram ao layoff, como, aliás, tinha adiantado à Rádio Observador, o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, esta segunda-feira. Nas estimativas do governante, o Estado irá pagar entre 300 a 400 milhões de euros em layoff por mês (muito longe da estimativa inicial de António Costa de mil milhões de euros), a um conjunto total que varia entre os 800 mil e um milhão de trabalhadores.

Cerca de 80% dos pedidos são de empresas que têm menos de 10 trabalhadores, sendo que mais de 20% estão na região de Lisboa.

Segundo Miguel Cabrita, “até 15 de maio serão processados todos os apoios” que foram pedidos pelas empresas até ao final de abril. Esta terça-feira, dia 5, estarão processados todos os pedidos da primeira metade de abril, que correspondem a 70 mil empresas, garantiu.

Governo garante pagamento de layoff às empresas até 15 de maio. Custo é de 300 a 400 milhões por mês