O inquérito serológico, que permite conhecer o estado da imunidade dos portugueses em relação ao vírus, vai arrancar em Portugal ainda este mês, na terceira semana de maio. O estudo, que vai ser realizado pelo Instituto Dr. Ricardo Jorge, permite saber quantas pessoas desenvolveram anticorpos contra a Covid-19 e os primeiros resultados devem ser conhecidos entre o fim de junho e o início de julho.

Segundo a Antena 1, serão recolhidas amostras de sangue de duas mil pessoas em 100 pontos de recolha, de várias faixas etárias, de todo o país. “Estes resultados vão ser úteis para a modelação daquilo que se prevê que seja a evolução da pandemia em Portugal, tendo em conta o nível de imunidade encontrado na população”, explicou Ana Paula Rodrigues, coordenadora do inquérito serológico nacional, à rádio pública.

O hospital de Santa Maria já faz testes serológicos. Mas servem para quê?

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Contudo, ainda não estão definidos quais os testes a realizar nem se sabe ao certo quantos anticorpos cada pessoa tem de ter para ser declarada imune. “As pessoas são convidadas a participar, pessoas que vão fazer análises ao sangue por outro motivo. O que vamos pedir é um volume adicional de sangue a essas pessoas e também o preenchimento de um breve questionário com sintomas e algumas doenças que as pessoas possam ter, para nos ajudar a interpretar os resultados laboratoriais e também para conseguirmos ter uma estimativa daquilo que é a fração das infeções assintomáticas na nossa população”, acrescentou Ana Paula Rodrigues.

O estudo serológico vai incluir crianças até aos 10 anos, fator que a coordenadora do inquérito justifica com a necessidade de conhecer melhor as infeções nessa faixa etária. “A nossa ideia de inclusão de um grupo que parece ser menos infetado é exatamente confirmar que o nível de infeção é mais baixo nesta população ou se as crianças são afetadas e têm uma maior proporção de infeções assintomáticas”, explica.

À RTP, Cristina Abreu Santos, do Conselho Diretivo do Instituto Dr. Ricardo Jorge, indicou que o inquérito nacional vai ser realizado em vários laboratórios, grupos privados e hospitais públicos e terá um comité de acompanhamento próprio. A vogal da direção do laboratório ressalvou ainda que existem “vários critérios de exclusão” de participação, algo que será explicado a todas as pessoas, e adiantou que o resultado total deste primeiro estudo será conhecido daqui a cinco meses. Posteriormente, serão realizados “pelo menos” mais três inquéritos, de três em três meses.