O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou esta quinta-feira que França está preparada para começar o desconfinamento já a partir do dia 11 de maio. Mas não é em todo o país. Há quatro regiões consideradas vermelhas que vão manter-se com restrições mais apertadas, pelo menos até à segunda fase do desconfinamento prevista para junho.

“A boa notícia é que estamos em condições de validar o desconfinamento no território metropolitano. A notícia menos boa é que nalguns departamentos os resultados não são tão bons como o esperado”, disse.

Segundo o governante, o país ficará assim “cortado em dois”: Ile-de-France (região parisiense que tem 12 milhões de habitantes), Hauts-de-France, Grand-Est, Bourgogne-Franche-Comté assim como Mayotte foram classificadas como zonas vermelhas pelo número de infeções, noticia o Le Monde. Nestas regiões também vai existir desconfinamento, mas não como no restante país. Aqui não abrirão colégios, nem parques, nem jardins. O Governo anunciou também que foi criada uma nova declaração para circular: as pessoas podem sair, mas não além dos 100 quilómetros da sua residência habitual e dentro do seu departamento, a menos que tenham uma declaração que ateste razões profissionais ou familiares de força maior.

Comparativo. Portugal é mais cauteloso que outros países a reabrir lojas, mas menos nos restaurantes

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Nas zonas verdes a liberdade será um pouco maior. Ainda assim será avaliada nas próximas três semanas, de acordo com a evolução da pandemia, a abertura de cafés, os restaurantes e os liceus — cujos alunos por ora mantêm o ensino à distância. Já as creches e as escolas primárias reabrem já na próxima semana, prevendo-se que, a partir de 11 de maio, 80% das 50.500 escolas das zonas verdes estejam abertas com um milhão de alunos e 130 mil professores. Praias, lagos e centros náuticos serão reabertos gradualmente de acordo com a avaliação local, de cada perfeito, sempre em conjugação com o Governo. 

França preparada para fazer 700 mil testes por semana

Os transportes públicos vão permitir apenas 15% da sua lotação habitual. Na zona vermelha da Ile-de-France, a região parisiense, em horas de ponta só podem entrar nos transportes profissionais com declarações do trabalho. O teletrabalho, para quando for possível, continua a ser preferencial. A máscara é obrigatória nos transportes públicos para todos a partir dos 11 anos — com a falta de utilização a obrigar a uma multa de 135 euros — e no primeiro dia de desconfinamento serão oferecidas máscaras para quem não tiver.

Centros comerciais também serão da decisão de cada perfeito (a nível local), mas sempre com limite de lotação. Já locais de desporto coletivo vão continuar encerrados. “Se os departamentos verdes permanecerem verdes em três semanas, poderemos, no início de junho, refletir sobre a reabertura de escolas [as que não reabrem numa primeira fase], cafés, restaurantes …”, explicou Edouard Philippe.

As concentrações, à semelhança do que foi aplicado em Portugal, não podem exceder as dez pessoas. E eventos com mais de 5 mil pessoas não vão existir antes de setembro.

Também as restrições nas fronteiras (pessupõe-se que terrestres, marítimas e aéreas) com os países europeus (União Europeia, espaço Schengen, Reino Unido) permanecem até 15 de junho, pelo menos. Com os restantes países deverão continuar encerradas, segundo explica também o Le Figaro.

O Governo diz também que o País está pronto para testar a população massivamente, a uma média de 700 mil exames por semana, para todos os casos suspeitos. A cada caso positivo vai ser feita uma investigação para testar todos os contactos. O isolamento será para todos os positivos e suspeitos, mas deixará de ser obrigatório para os mais vulneráveis. Uma regra que prevê não criar discriminação entre os cidadãos, mas que vem acompanhada de vários avisos de bom senso para os mais velhos.