O secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, voltou negar qualquer favorecimento ao ter sugerido uma empresa de um ex-sócio como uma das possíveis para realizar testes à Covid-19 na região Centro, onde agora coordena a resposta ao surto.
Eu não adjudiquei nada. Eu não faço contratos“, afirmou.
Em declarações aos jornalistas em Ovar, João Paulo Rebelo não quis acrescentar mais nada ao que tinha dito num comunicado emitido após a polémica. Explicou que foi feita “uma referência a uma empresa — por acaso é a única que tem um laboratório naquela região — que era do conhecimento absolutamente de todos os presentes daquela reunião“, referindo-se à videoconferência com todos os Presidentes de Câmara da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões. Foi nessa reunião, como o próprio explicou, que sugeriu a empresa ALS com capacidade para realizar mais 200 testes diários. A empresa em causa tem como administrador um ex-sócio seu numa sociedade da qual se desvinculou em 2015.
O governante defende que “só com muita imaginação é que se pode depreender deste facto quaisquer outras conclusões” que não a que era o seu objetivo, dar uma resposta eficaz à pandemia. Questionado sobre o facto de o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, ter afirmado que o secretário de Estado lhe teria pedido para “potenciar” o laboratório em causa, respondeu: “Já ouvi declarações do presidente da Câmara a dizer exatamente o contrário. Eu só sinalizei uma capacidade instalada”.
Quanto ao alegado envolvimento na nomeação da cunhada, Helena Rebelo para coordenação do Centro de Saúde de Lafões e também da exoneração do vice-presidente do Instituto Politécnico de Viseu, o secretário de Estado negou de forma veemente:
Isso é uma mentira. A minha cunhada não é coordenadora do agrupamento de centro de Saúde nenhum”.
Já exaltado, João Paulo Rebelo ainda foi confrontado com outra pergunta relacionada com apoiante e militante do PS — já condenado por excesso de álcool — que contratou para motorista durante pandemia. O secretário de Estado limitou-se a virar as costas aos jornalistas.