Nuno Melo quer que a China seja investigada e que os países da União Europeia revejam as relações com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O eurodeputado do CDS, que foi esta sexta-feira ouvido como convidado na Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República, defendeu uma “investigação necessária que tem de ser feita à origem do vírus“, lembrando a informação da revista alemã Der Spiegel que “revela que a polícia secreta alemã acredita que Xi Jinping conversou com o líder da OMS para pressioná-lo para que não denunciasse que o vírus se transmitia entre humanos.”
Nuno Melo lembrou que as investigações à China “já são pedidas por países como Austrália, a França, a Suécia, Alemanha”. O eurodeputado sugere ainda uma mudança de posição europeia relativamente a Pequim e à organização liderada por Tedros Adhanom Ghebreyesus: “O que se passou na China e as relações com a OMS e o comportamento da própria OMS com impacto redobrado na UE têm de ser tidos em conta nos tempos próximos“. Segundo Nuno Melo, a crise sanitária está a demonstrar que há “27 países que dependem da China para tudo”.
Nuno Melo diz que a União Europeia veio “mostrar a fragilidade” nesta crise, já que “não ajudou substancialmente” no combate ao Covid-19, tendo existido na prática “27 infeções regionais”. O eurodeputado centrista registou ainda que “em tempos de nacionalismos nem foram os suspeitos dos costume que mostraram o pior exemplo”. Lembrou que Alemanha, França e República Checa “proibiram a exportação de equipamento médico”, tendo “dinamitado o pilar de solidariedade”.
Sobre o fundo de recuperação, Nuno Melo concorda que é necessária “maior celeridade” e “preferencialmente subvenções” nas transferências feitas para os países. O eurodeputado lembrou que votou a favor dos coronabonds, isto porque considera que “a Alemanha e a França não têm de pagar a dívida deixada pelo engenheiro Sócrates”, mas apenas relativamente aos efeitos do Covid-19, já que “o impacto em Portugal desta crise não é culpa do governo português”.
Em resposta ao PS, Nuno Melo concordou que resposta à crise não deve ser a austeridade, mas lembrou que essa foi a resposta do governo do PS em 2011.