A antiga eurodeputada socialista Ana Gomes afirmou este domingo, durante o espaço de comentário na SIC Notícias, que Marcelo Rebelo de Sousa é um “candidato do regime” que vai “polarizar” a sociedade e vai “facilitar a vida dos extremos”. Por causa disso, admite “refletir” sobre uma possível candidatura.

Eu não sou candidata e não tenho ambição de ser candidata, mas acho que o que se passou é tão grave, com tantas implicações para a democracia, que fico muito preocupada pelo meu partido e pela democracia. E acho que muitos portugueses do centro esquerda, da esquerda e da própria direita democrática estão preocupados”, diz Ana Gomes.

Marcelo apanhado de surpresa com declaração de Costa sobre presidenciais

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A socialista referiu-se ao momento na fábrica da Auto Europa nesta semana que passou quando o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, lançou o atual Presidente da República para uma nova eleição. Ana Gomes classifica esse episódio como “absolutamente lamentável”. “É deprimente mesmo”, reitera.

Nunca se viu o relançamento da candidatura de um Presidente da República ser anunciado numa fábrica de automóveis por alguém que não estava na qualidade de dirigente partidário mas na qualidade de primeiro-ministro e num contexto em que o Presidente da República tinha acabado de se ingerir de forma bastante criticável nos assuntos do governo”, afirmou Ana Gomes.

Em equipa que ganha não se mexe. Costa lança, Marcelo finta Centeno, e golo: um ministro lesionado e uma recandidatura anunciada

Isto que se passou “mudou muita coisa”, diz ainda a socialista. “A democracia não está suspensa, disse e bem o nosso primeiro-ministro”, continuou. Contudo, “parece que alguns pensam que está suspensa no PS”, acusou Ana Gomes. Do ponto de vista da antiga esta eurodeputada, todas estas situações levam “refletir”. “Continuo a pensar que o PS devia ter um candidato próprio”, disse também. “Isto tem consequências”. Assim, o objetivo da socialista é não fazer “o jogo da extrema-direita” e evitar que Marcelo Rebelo de Sousa se candidate isolado.