Mesmo fechados dentro de casa, os portugueses gastaram mais dinheiro em bens de grande consumo. A conclusão é da empresa de estudos de mercado Nielsen, com base em dados da última semana do estado de emergência, entre os dias 27 de abril e 3 de maio. Nesse período, os portugueses gastaram à volta de 182 milhões de euros em produtos alimentares e de higiene, o que representa um aumento de 6% face ao mesmo período do ano passado.

Conhecida como semana 18, este não é um período qualquer. Segundo a mesma empresa, desde 2012 que a semana do 1º de maio é caracterizada pelo elevado nível de vendas e de promoções nos Bens de Grande Consumo. Mesmo em contexto de pandemia, 2020 não foi exceção e a tendência voltou a aplicar-se.

Analisando as diferentes categorias, a da alimentação é a única a registar um aumento. Subiu 14%, ao passo que a venda de produtos de higiene pessoas e do lar e de artigos para animais caíram 8% e 6%, respetivamente. Enquanto categoria geral, as bebidas registaram uma ligeira queda de 1%, contudo, a venda de bebidas alcoólicas aumentou 11% face a 2019. Em alguns produtos alimentares, é possível identificar o efeito do armazenamento. As bebidas quentes aumentaram 44%. Produtos básicos e congelados subiram 26% e 22%, respetivamente.

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O comércio online regista um crescimento na ordem dos 200%, quer em número de ocasiões de compra, quer no número de lares compradores.

Entre os produtos de higiene pessoal, foram as categoria de cabelo, higiene oral e papel higiénico as que menos caíram, todas elas com uma quebra de apenas 8%. No fundo da lista vêm os produtos solares, que registaram uma queda de 90% face ao último período homólogo.

O peso das promoções de folheto nas vendas também aumento em cerca de 31%. Nesta semana, a percentagem total de vendas em promoção chegou muito perto dos 40%.

A tendência de crescimento do comércio de proximidade acentuou-se. “Em pleno de estado de emergência, a saída à rua é feita ainda com cuidados redobrados. Por este motivo, as lojas de proximidade continuam a apresentar crescimentos superiores aos registados no período pré-Covid, com um dinamismo superior ao dos restantes tipos de loja, comprovando que os portugueses procuram soluções mais próximas das suas casas e evitam deslocar-se desnecessariamente”, conclui Marta Teotónio Pereira, consultora da Nielsen.

Os portugueses foram menos vezes às compras, contudo o valor médio por talão aumentou.