O número de casos de Covid-19n confirmados na empresa logística da Sonae na Azambuja subiu esta sexta-feira para 76, mais seis do que no dia anterior, depois de terem sido realizados 339 testes, revelou Graça Freiras durante a habitual conferência de imprensa de atualização da situação epidemiológica no país. Segundo a diretora-geral da Saúde, os trabalhadores “estão bem”.
Graça Freiras revelou ainda que há mais duas empresas no concelho afetadas pela pandemia “Numa há dois positivos e noutra três”, disse, não tendo especificado de que empresas se tratam. “Todos os contactos, estão a ser acompanhados e rasteados habitantes e pessoas da comunidade. Foi feito o reforço dos meios de transporte para evitar o contacto físico próximo”, acrescentou.
Fazendo um retrato global da situação epidemiológica do país, já perto da reta final da conferência, Graça Freitas garantiu que “estabilizamos” no número que já tinha sido apontando, o de 200 a 300 novos casos diários de Covid-19. Admitindo que, “de facto, existe esta situação concreta da Azambuja, em que há um surto grande e dois pequenos”, a diretora-geral da Saúde disse que, contudo, “no resto do pais, há uma transmissão que já foi mais intensa”.
A única exceção é a região de Lisboa e Vale do Tejo, a que pertence a Azambuja. Segundo os dados do boletim desta sexta-feira, quase 80% dos novos casos de infeção surgem nesta zona, onde o desenvolvimento da transmissão da Covid-19 está a ser acompanhada com especial atenção pelos organismos competentes, por se tratar da zona “que apresenta maior numero de casos por dia”. Apesar disso “a gravidade não tem sido maior do que no passado” por ser uma região com “pessoas mais novas e saudáveis”, esclareceu Graça Freitas.
Enfermaria do Hospital Santa Maria onde houve vários casos de Covid-19 reabre na terça-feira
Questionada sobre a situação no Hospital Santa Maria, em Lisboa, Graça Freiras garantiu que o surto, que afetou 11 profissionais e três doentes foi “circunscrito” e revelou que a enfermaria onde os casos foram confirmados vai reabrir na terça-feira, depois de “sofrer uma descontaminação na segunda-feira”. Os restantes setores do hospital estão a funcionar normalmente, disse a diretora-geral da Saúde.
Estruturas criadas para apoio ao combate à Covid-19 vão ficar isentas do pagamento de taxas
O secretário de Estado da Saúde, António Sales, anunciou na conferência de imprensa que os pavilhões e outras estruturas adaptadas para apoiar no combate ao novo coronavírus, nomeadamente para recolher pessoas que não têm condições para cumprir o isolamento social em casa, vão ficar isentas do pagamento de “taxas previstas no registo de estabelecimentos regulados pela identidade de Saúde” até ao final de 2021, graças a uma portaria conjunta dos ministérios da Saúde e Finanças.
“O esforço contra a Covid-19 tem mobilizado diversos agentes sociais. São exemplos dessa mobilização a abertura de pavilhões e outras estruturas para acolher pessoas com Covid 19 que não disponham de condições para cumprir isolamento no domicílio e postos de colheita de material de diagnóstico. Este esforço coletivo deve ser enaltecido e incentivado”, afirmou António Sales.
O secretário de Estado adiantou também que chegaram esta semana 44 novos ventiladores da China, 20 dos quais com destino Centro Hospitalar Universitário do Algarve. Os restantes distribuídos por “diferentes unidades do SNS”. Em relação à flutuação no número de testes diários, Sales disse ser “natural que durante o fim de semana haja uma menor procura, sendo que a oferta é exatamente a mesma”. “O que pode existir é uma diminuição da procura e não na oferta”, frisou.
Questionado sobre o regresso dos emigrantes em Portugal, que acontece nos meses de verão, António Sales disse estar confiante de que este será “feito em segurança”, dada “a consciência cívica e social do nosso povo”.