O líder do CDS admite fazer coligações com o Chega desde que o partido deixe de fora discursos de “ódio” e “populistas” e não choque com os princípios do CDS. Questionado sobre se admitia coligações nas autárquicas com o partido de André Ventura Francisco Rodrigues dos Santos disse esta quarta-feira em declarações à TSF que os “partidos à direita do PS devem ter as mesmas ferramentas que o PS tem com os partidos à sua esquerda”. Admite por isso uma “plataforma de entendimento programática” à direita, desde que não sejam desrespeitadas “linhas vermelhas” e disse que jamais aceitaria nesse programa prisão perpétua ou planos de confinamento para ciganos.
Na mesma entrevista à TSF, Francisco Rodrigues dos Santos disse que está “na retranca” relativamente às presidencias, mas admite que o CDS pode apoiar Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que foi “o candidato que o CDS emitiu um apoio de indicação de voto” há cinco anos. Está, por isso, “à espera que haja uma clarificação de cenários”. E explica qual o primeiro que quer ver definido: “Quero saber em primeiro lugar se Marcelo Rebelo de Sousa é ou não recandidato“.
O líder do CDS sugeriu que pode vir a apoiar Marcelo, mas simultaneamente criticá-lo. Na opinião de Francisco Rodrigues dos Santos explica que quando entende que “pode haver uma inclinação do plano ou que a relação do mais alto magistrado da nação poderá estar a ser confundida com um quadrante político [o PS], nomeadamente se não for o seu de origem”, tem de “dar um sinal” de que espera “outro tipo de influência do chefe de Estado”.
Francisco Rodrigues dos Santos não quis dizer se Adolfo Mesquita Nunes seria um bom candidato. “Só são bons candidatos os que querem ser candidatos. Portanto, até saber se quer ser, não poderei sequer formular um juízo, porque declaração dependerá dele próprio”, afirmou, sem grande entusiasmo com a sugestão do antigo vice-presidente de Assunção Cristas entrar na corrida a Belém.
À boleia da reintegração de Manuel Monteiro — que foi expulso do Partido Popular Europeu — para Francisco Rodrigues dos Santos sair novamente desta família política não é sequer uma discussão prioritária: “Estamos confortáveis no PPE.”
Sobre as sondagens, Franscisco Rodrigues dos Santos diz que “há para todos os gostos” e destaca que ” nem todas dão o CDS a descer”.