Depois de uma enxurrada de críticas ao plano de rotas anunciado na segunda-feira, a TAP admite agora revê-los. O Conselho de Administração da TAP indicou esta quarta-feira em comunicado que “a companhia vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos” para “viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma”.

Objetivo? “Procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera”. A tónica deve ir para a palavra “todos”. É que no plano inicial não consta o Porto, o que motivou muitas críticas, nomeadamente do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, outros autarcas do Norte do presidente da PSD, Rui Rio.

Já o primeiro-ministro, António Costa, disse hoje mesmo que “não tem credibilidade qualquer plano de rotas definido pela TAP, sem a prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras definida pela República Portuguesa”.

Costa avisa Comissão Executiva da TAP que plano de rotas “não tem credibilidade”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta revisão, salienta ainda o Conselho de Administração – que, ao contrário da Comissão Executiva da TAP, integra o Estado, detentor de 50% do capital da companhia – “ficará, naturalmente, subordinado aos constrangimentos legais que existam quanto à mobilidade das pessoas e ao transporte aéreo”.

A TAP publicou esta segunda-feira o seu plano de voo para os próximos dois meses que implica 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, sendo a maioria de Lisboa.

A partir do dia 1 de junho, deixa de ser aplicável a regra que limita a ocupação dentro dos aviões a dois terços da capacidade, mas apesar do reforço da oferta a empresa já sinalizou que vai manter o layoff durante o próximo mês.

Ministro explica cenário da insolvência na TAP. “Se privados não aceitarem condições, Estado deve intervir na mesma?”

Num contexto de guerra aberta entre o Governo e a gestão da TAP – bem evidente nas várias declarações do ministro da tutela, Pedro Nuno Santos – foram várias as vozes críticas ao plano, sobretudo de autarcas do Norte, mas também das autoridades de turismo um pouco por todo o país.