O vencedor da edição de 2020 do International Booker Prize vai ser revelado online a 26 de abril. O anúncio, que devia ter acontecido em maio, foi adiado em abril na sequência da pandemia do novo coronavírus e para “garantir que os leitores consegue ter acesso a cópias” dos livros finalistas, afirmou na altura a organização.
A cerimónia digital será antecedida por uma promoção da shortlist nas livrarias britânicas a partir de 15 de junho, data em que estas reabrem.
O Booker Prize é um dos muitos eventos literários internacionais que têm sido afetados pela pandemia. No início de abril, depois de a situação ter escalado na Europa, o júri viu-se obrigado a anunciar a shortlist a partir de casa. O presidente do júri deste ano, o escritor e crítico literário Ted Hodgkinson, revelou o nome dos seis finalistas a partir do quarto do filho de um ano, admitindo que eram “tempos estranhos para fazer um anúncio, com tanta incerteza sobre o futuro”.
Durante o anúncio, Hodgkinson descreveu os seis romances como “soberbos”, afirmando que transcendem este momento, “emergindo-nos”, “mergulhando-nos no desconforto e exaltando encontros com seres num estado de transição”, apontou Hodgkinson. “Quer seja descrevendo uma distopia imaginosamente desafiante ou fluxos incandescentes de linguagem, estes são feitos tremendos de tradução.”
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A shortlist de 2020, da qual sairá o grande finalista desta ano, é a seguinte:
- The Enlightenment of The Greengage Tree, de Shokoofeh Azar (Irão). Tradutor anónimo (Europa Editions);
- The Adventures of China Iron, de Gabriela Cabezón Cámara (Argentina). Traduzido por Iona Macintyre e Fiona Mackintosh (Charco Press);
- Tyll, de Daniel Kehlmann (Alemanha). Traduzido por Ross Benjamin (Quercus);
- Hurricane Season, de Fernanda Melchor (México). Traduzido por Sophie Hughes (Fitzcarraldo Editions);
- The Memory Police, de Yoko Ogawa (Japão). Traduzido por Stephen Snyder (Harvill Secker);
- The Discomfort of Evening, de Marieke Lucas Rijneveld (Países Baixos). Traduzido por Michele Hutchison (Faber & Faber).
Além de Ted Hodgkinson, o júri deste ano é composto pela diretora da Villa Gillet e editora Lucie Campos, pela tradutora Jennifer Croft (que recebeu este mesmo prémio pela tradução de Viagens, da polaca Olga Tokarczuk, em 2018), pelo jornalista e escritor Jeet Thayil e pela autora Valeria Luiselli.
No ano passado, o galardão foi atribuído a Jokha Alharti, pelo romance Corpos Celestiais, publicado em Portugal no início deste ano pela editora Relógio d’Água. Alharti foi a primeira escritora originária do Sultanato de Omã a vencer o prémio, a primeira a ser traduzida para inglês e a sua obra a primeira em língua árabe a ganhar o galardão.
O prémio de tradução de ficção para o inglês tem o valor pecuniário de 50 mil libras (perto de 56 mil euros), divididas pelo autor e tradutor.