A bolsa nova-iorquina encerrou esta quarta-feira em alta, com o Dow Jones a valorizar mais de 2%, graças à confiança dos investidores, cada vez mais otimistas quanto à reabertura da economia norte-americana.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 2,05%, para os 26.269,89 pontos.
O tecnológico Nasdaq ganhou 0,78%, para as 9.682,91 unidades, o que o colocou nas proximidades do seu máximo histórico, atingido em 19 de fevereiro.
Também o alargado S&P500 se acercou do seu recorde, fixado igualmente em fevereiro, ao subir 1,36%, para os 3.122,87 pontos.
“A hipótese (dos investidores) é que já batemos no fundo”, avançou Quincy Krosby, estratega de investimento da Prudential Financial, ao recordar a derrocada bolsista em meados de março, com a intensificação da pandemia de Covid-19 e das medidas para a conter.
“Se há vários indicadores económicos que continuam maus, (por outro lado) continuam a melhorar”, acrescentou esta operadora de mercado.
Isto verificou-se esta quarta-feira com o número de 2,7 milhões de empregos eliminados no setor privado em maio, segundo o inquérito mensal da empresa ADP.
Se o número permanece historicamente elevado, é, contudo, claramente inferior aos de abril, mês em que se registaram 20 milhões de empregos destruídos, e está aquém do que esperavam os analistas, que esperavam uma destruição líquida de nove milhões de postos de trabalho.
A atividade nos serviços, por seu lado, continuou a descer em maio. Mas apresenta uma recuperação em relação a abril, mês onde acabou um período de 10 anos de crescimento económico, segundo o índice da associação profissional ISM, também divulgado esta quarta-feira.
“Na ausência de uma segunda vaga de contaminação, a economia norte-americana está a reforçar-se, mesmo que a um ritmo lento”, considerou Quincy Krosby.
As manifestações nos EUA para protestar contra a brutalidade policial, particularmente a que se abate sobre os afro-americanos, não tiveram qualquer influência no mercado bolsista até agora.
Em todo o caso, detalhou Krosby, se as manifestações, por vezes pontuadas por violências e pilhagens, vierem a comprometer o regresso à atividade de algumas empresas, o mercado bolsista pode ser afetado.
A agente de mercado aludiu assim a um risco de propagação do novo coronavírus nestas manifestações, o que poderia comprometer a contenção da pandemia e assim travar a economia.