Um grupo de contra-manifestantes esteve envolvido em distúrbios este sábado à tarde em Londres, durante um protesto contra o racismo relacionado com o movimento Black Lives Matter e com a morte do afro-americano George Floyd nos EUA.
Este grupo, que alega ter-se deslocado à manifestação para “proteger as estátuas” que poderiam ser vandalizadas por manifestantes antirracistas, esteve envolvido em confrontos com a polícia. Foram atiradas garrafas e bombas de fumo. No grupo estavam associações ligadas à extrema-direita britânica, como a Britain First.
Existiram ainda — e posteriormente — confrontos entre manifestantes antirracistas associados ao movimento Black Lives Matter (BLM) e contra-manifestantes. E apesar da manifestação ligada ao BLM ter permissão para decorrer apenas até às 17h — hora de recolher obrigatório imposto por receio de conflitos —, os manifestantes continuaram concentrados nas ruas depois da hora final apontada.
No total, as autoridades detiveram mais de 100 pessoas, depois de agentes terem sido atacados com garrafas, latas e outros objetos cortantes, junto ao Parlamento britânico. Segundo a Polícia Metropolitana de Londres, as pessoas detidas foram presas por agressão aos agentes, mas também por atos de violência, posse de drogas e embriaguez.
Quinze pessoas feridas, duas das quais polícias
O serviço de emergências médicas e transporte de ambulâncias London Ambulance Service tratou “15 pacientes, incluindo dois polícias, por ferimentos na sequência dos protestos de Londres até ao momento. Seis desses pacientes, todos civis, foram levados para o hospital. Continuamos no local”, lê-se em nota oficial.
Pode ver os distúrbios nas imagens (na fotogaleria acima) e no vídeo que se segue, publicado pela estação britânica Sky News.
Tensions are rising at protests in central London as counter-protesters – who say they are there to protect statues during Black Lives Matter protests – clash with police.
Bottles and smoke bombs have been thrown at officers – follow live: https://t.co/e1kyuZJ79K pic.twitter.com/Fw2UKVCDLG
— Sky News (@SkyNews) June 13, 2020
Também o jornalista britânico Matthew Thompson publicou um vídeo ilustrando a tensão que escalou junto à Parliament Square, durante a tarde:
Things already escalating here on Parliament Square. Bottles and smoke bombs thrown at police. And you can see as a protestor smacks my phone out of my hand as I try to film the scuffles.
Turning on journalists too. @LBC @LBCNews pic.twitter.com/XgsoLfJExe
— Matthew Thompson (@mattuthompson) June 13, 2020
Boris Johnson condena “violência e crimes racistas”
O primeiro-ministro inglês Boris Johnson já reagiu ao que aconteceu em Londres este sábado. Na sua conta oficial na rede social Twitter, partilhou a seguinte mensagem:
Violência e crimes racistas não têm lugar nas nossas ruas. Quem quer que ataque a polícia terá de lidar com todas as forças da lei. Estas marchas e protestos foram subvertidos pela violência e violam as diretrizes. O racismo não tem lugar no Reino Unido e temos de trabalhar juntos para tornar isso uma realidade.”
Na sequência de protestos antiracistas em todo o mundo, várias estátuas representantes de figuras históricas associadas ao colonialismo ou à escravatura têm vindo a ser vandalizadas ou demolidas. Em Londres, a estátua do histórico líder político Winston Churchill teve mesmo de ser coberta com tábuas de madeira para não ser vandalizada por “manifestantes violentos”.
“Totalmente inaceitável”, diz presidente da Câmara de Londres
O presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, já reagiu aos conflitos de esta tarde na cidade. Nas suas contas oficiais nas redes sociais, condenou os acontecimentos.
“Isto é totalmente inaceitável. Não vamos tolerar ataques à nossa polícia e os autores vão sentir toda a força da lei. Não há dúvidas de que grupso de extrema-direita estão a causar violência e distúrbios no centro de Londres. Peço veementemente às pessoas para não se aproximarem”, escreveu Sadiq Khan.
Situação esteve complicada. “Isto pode ficar feio”
Ao longo da tarde, a polícia britânica esforçou-se por manter os manifestantes e contramanifestantes separados, refere a estação britânica Sky News.
Um jornalista da estação britânica presente no local, Mark White, relatou que a situação estava “muito volátil” e que já tinham existido “alguns incidentes violentes”. Disse mais: “Isto pode potencialmente tornar-se bastante mau”.
Um outro repórter, Noel Phillips, chegou a referir que a polícia estava “desesperadamente a tentar conter a situação” mas que estava a ter dificuldades para controlar o que se passava no centro de Londres . “Estão profundamente preocupados com o que pode acontecer. Isto pode ficar feio”, apontou então.
"These protesters barged into the park looking for, I think what it appears, a confrontation."
Sky's @Noel_Phillips witnesses police "desperately" trying to contain a "disorder" in Hyde Park. He says counter-protesters were seen running into the area.https://t.co/e1kyuZJ79K pic.twitter.com/css8LkMtbf
— Sky News (@SkyNews) June 13, 2020
Na sequência de protestos antirracistas em todo o mundo, várias estátuas representantes de figuras históricas associadas ao colonialismo ou à escravatura têm vindo a ser vandalizadas ou demolidas. Em Londres, a estátua do histórico líder político Winston Churchill teve mesmo de ser coberta com tábuas de madeira para não ser vandalizada por “manifestantes violentos”.
Artigo atualizado no dia 14 de junho, às 11h.