Proibir jovens com carta de condução recente de conduzir à noite e de transportar passageiros, eis uma das recomendações do Conselho Europeu de Segurança Rodoviária para reduzir os números dos acidentes e das mortes na estrada. Estas estatísticas continuam a manter-se muito acima do esperado e vão, este ano, falhar a meta de redução para metade proposta em 2010 pela União Europeia. Nos últimos 10 anos, a mortalidade nas estradas baixou apenas 24%.

“Ao contrário dos adultos, que têm uma condução mais cuidada quando estão acompanhados, os jovens ao volante correm mais riscos e têm mais acidentes quando estão com os seus pares”, disse esta quinta-feira ao Jornal de Notícias José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, concordando com a medida.

Com três vezes mais acidentes mortais que países como Noruega e Suécia e quase com o dobro das fatalidades registadas em Espanha, Portugal é um dos piores países europeus nas estatísticas do Conselho Europeu de Segurança nos Transportes, em 2019 com 63 mortos na estrada por cada milhão de habitantes — numa lista de 32, surge em 24º lugar.

“O grande problema continua a ser a sinistralidade dentro das localidades, que é muito superior à da média europeia. Em estrada ou em autoestrada até temos bons números”, explicou José Miguel Trigoso. De acordo com o responsável pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, há ainda números elevados de atropelamentos, acidentes com motociclos e despistes.

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