A ministra da Saúde diz que, na luta contra o avanço da epidemia em 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa, o Ministério da Saúde não se pode deixar capturar pela “crítica fácil” e pela “má-língua”, e que o que a preocupa é quebrar as cadeias de transmissão da doença. As declarações foram feitas na cerimónia de apresentação de um manifesto com o título “Salvar o SNS — estamos do lado da solução”, que decorreu nas instalações do Infarmed.

À margem da cerimónia, porém, Marta Temido recusou comentar críticas do presidente da Câmara de Lisboa sobre a gestão da pandemia de Covid-19 na região, mas disse compreender a preocupação de todos no momento atual.

Em declarações à Lusa, a ministra disse que não comentava a “apreciação” do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, de que o aumento do número de infetados se deve a “más chefias”, a ministra, e acrescentou: “Compreendo a preocupação que todos temos neste momento com a necessidade de interromper cadeias de transmissão na Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo nos concelhos que estão a ser mais afetados pela incidência da doença”.

Estamos a trabalhar nesse sentido e temos um conjunto de medidas que foram determinadas há pouco tempo e às quais temos de dar espaço para produzirem os seus efeitos”, disse Marta Temido, à margem da apresentação de um manifesto em defesa do Serviço Nacional de Saúde.

Fernando Medina disse na segunda-feira, no espaço de comentário da TVI24, que o aumento do número de infetados por Covid-19 na região se deve a “más chefias” e à falta de profissionais no terreno. “Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos”, disse o autarca a propósito do grande número de novas infeções por Covid-19 na região de Lisboa, nas últimas semanas.

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Nas declarações à Lusa, a ministra lembrou que o gabinete de intervenção para a supressão da Covid-19 na região de Lisboa e vale do Tejo iniciou funções em meados de junho, acrescentando que a resposta à pandemia, e designadamente a resposta epidemiológica, “exige algum tempo”.

Portanto estamos a trabalhar, estamos empenhados em ter melhores resultados, e faremos também as correções que se impuserem pela evolução da situação”, disse Marta Temido.

Portugal registou esta terça-feira mais oito mortes causadas pela Covid-19 do que na segunda-feira e mais 229 infetados, cerca de 82% dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

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