A cidade de Nova Iorque entrou esta segunda-feira na terceira fase de desconfinamento que, segundo as autoridades, permitirá a 50 mil trabalhadores regressarem ao trabalho, enquanto se intensifica o debate sobre a escalada da violência.

Com a entrada da terceira fase de recuperação económica, e o regresso à vida social, a “Big Apple” permitirá a partir desta segunda-feira o funcionamento de salões de estética e casas de massagem, assim como a abertura de salas de tatuagem e a prática de jogos de equipa, proibidos até agora.

O presidente da câmara, Bill de Blasio, numa conferência de imprensa, frisou que os restaurantes não poderão servir refeições no interior, como previsto, e terão de continuar a concentrar a sua atividade exclusivamente em esplanadas.

Blasio insistiu que a abertura dos espaços no interior de restaurantes noutros estados do país favoreceu a propagação da Covid-19 e sublinhou que, por enquanto, esta prática continuará a ser proibida na cidade, por razões de saúde.

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De acordo com estatísticas municipais, desde a segunda fase de desconfinamento, há duas semanas, mais de 7.000 restaurantes abriram esplanadas na cidade para servir clientes.

Paralelamente à crise sanitária e económica, as estatísticas policiais dos primeiros cinco meses de 2020 mostraram um aumento de 79,1% nos homicídios e um aumento de 64% nos tiroteios. Estes números continuaram a aumentar em junho e estão a preocupar cada vez mais as autoridades, divididas quanto às causas deste aumento.

No último fim de semana registaram-se 11 homicídios e 30 tiroteios na cidade.

Este fim de semana assistimos a demasiada violência e temos de fazer muito trabalho para resolver este problema, que está relacionado com todo o desenrolar dos últimos quatro meses devido ao novo coronavírus”, disse esta segunda-feira de Blasio, referindo a paralisação do sistema judicial, a crise económica e o facto de as pessoas terem estado “confinadas durante meses”.

Segundo o presidente da câmara, o problema afeta principalmente a parte norte de Manhattan e, especificamente, o bairro do Harlem.

O chefe do departamento de polícia da cidade, Terence Monahan, referiu que este é um problema que envolve muitos fatores, mas citou, além do “encerramento dos tribunais”, reformas legais recentes, algumas das quais afetam diretamente os métodos de detenção violentos da polícia, e as libertações feitas nos últimos meses na prisão de Rikers, para evitar a propagação do vírus.