O Bloco de Esquerda (BE) nos Açores defendeu esta segunda-feira a manutenção dos apoios às atividades culturais para que as várias instituições, associações e empresas ligadas ao setor “possam retomar as suas atividades”, entretanto canceladas devido à pandemia.

É preciso que neste momento os apoios que existem para a cultura se mantenham de modo e que estas entidades consigam desenvolver as iniciativas para substituir, de certa forma, as atividades que tiveram de ser canceladas devido à pandemia, nomeadamente a Maré de Agosto. Mas, também é preciso que as entidades públicas, seja o Governo Regional, sejam as autarquias, tenham aqui um papel importante para a retoma da atividade cultural”, disse o coordenador do BE nos Açores, António Lima.

O grupo parlamentar do BE na Assembleia Regional reuniu-se esta segunda-feira na ilha de Santa Maria com a Associação Cultural Maré de Agosto para abordar o momento do setor cultural nos Açores.

O festival Maré de Agosto, que se realiza todos os anos desde 1984, de forma ininterrupta, na baía da Praia Formosa, em Santa Maria, é organizado pela Associação Cultural Maré de Agosto e a edição deste ano foi cancelada devido à pandemia.

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A reunião teve como objetivo perceber as dificuldades das associações de dinamização cultural, situação que se estende a todas as entidades que estão envolvidas na cultura e que a questão da pandemia veio dificultar a sua atividade com uma série de cancelamentos, inclusive a Maré de Agosto”, referiu António Lima, em declarações aos jornalistas.

Para o coordenador do BE nos Açores, que é também deputado no parlamento regional, é preciso promover a dinamização da atividade cultural com outros moldes e de acordo com as regras de saúde pública que são necessárias neste momento, devido à situação de pandemia.

É preciso que se promovam iniciativas culturais, porque não se pode esperar que a população, seja na ilha de Santa Maria, ou seja em qualquer outra ilha dos Açores, fique sem acesso à cultura durante potencialmente um ano”, disse.

“A cultura é essencial na vida das pessoas. Foi importante para ultrapassar o período de confinamento e continua a ser importante e é importante que a cultura retome”, sublinhou o coordenador do BE nos Açores, alegando que este é um setor que “envolve muita gente e várias instituições, desde associações culturais, bandas filarmónicas, grupos folclóricos” e “um conjunto de empresas que prestam serviços na área da cultura para a organização de espetáculos”.

No seu entender, é, por isso, “fundamental que todas estas entidades tenham atividade para que possam continuar a subsistir e a sobreviver a esta fase mais difícil” e para a manutenção “no futuro próximo” dos vários agentes culturais.

Além de todas as instituições sem fins lucrativos ligadas à área cultural, António Lima sublinhou que “há também muitas pessoas, artistas e trabalhadores dessas empresas de organização de eventos que também sobrevivem e vivem da atividade cultural”.

E o melhor que lhes pode ser dado é que existam iniciativas culturais e que existam alguns espetáculos adaptados às condições que existem atualmente com o distanciamento social e todas as regras de segurança de saúde publica. A cultura é essencial e tem de ser dinamizada e a população precisa que ela se mantenha mesmo num período de pandemia”, realçou.