Do Cristóval às ilhas selvagens, da Fajã Grande a Miranda do Douro. A partir desta terça-feira, a Uber passa a estar disponível em “100% do território português”, diz a empresa em comunicado. No mesmo mês em que a plataforma de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados) restringe o acesso só a carros elétricos nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, distritos de Braga e de Faro, a Uber passa a permitir que os motoristas possam operar em qualquer ponto do país.

Manuel Pina, diretor-geral da Uber em Portugal, assume que, para já, o serviço pode demorar a ser implementado em todo o país. “Naturalmente que não teremos a mesma rapidez em todas as localizações, mas gradualmente vamos aumentar a fiabilidade de serviço, à medida que mais motoristas veem na nossa aplicação uma oportunidade económica e uma forma de ajudarem as suas comunidades locais”, refere.

Após seis anos de operação  e no meio de uma crise sem precedentes, queremos pôr a nossa tecnologia ao serviço de todo o país, seja para oferecer viagens mais seguras e acessíveis, para enviar encomendas e bens de primeira necessidade ou apoiar a mobilidade de populações que normalmente têm menos acesso a serviços essenciais”, diz Manuel Pina.

Uber só vai aceitar carros elétricos a partir de 16 de julho nas grandes cidades

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A partir de 16 de julho a Uber vai passar a aceitar apenas o registo de carros elétricos para as categorias UberX, bem como na Comfort, nos centros urbanos já referidos. Porém, a empresa continuará a aceitar o registo de carros a combustível tradicional em todos os outros locais.

No mesmo comunicado, a empresa refere que “um estudo da Oxford Economics, divulgado no final de abril, [mostra que] Portugal será um dos países europeus mais afetado pelo turismo internacional devido à Covid-19, apenas superado por Espanha e Itália”.

A consultora britânica prevê para este ano um registo de menos sete milhões de visitantes estrangeiros, o equivalente a uma queda de 40%”, diz o mesmo estudo. Por causa disso, a Uber afirma que esta nova medida “é também um passo muito importante num contexto em que o turismo interno ganha relevância e que mais portugueses vão viajar e deslocar-se em território nacional”.

Este alargamento territorial na plataforma surge numa altura em que a Uber está a ultrapassar dificuldades devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus. No início de maio, Dara Khosrowshahi, presidente executivo da empresa, abdicou do salário na mesma altura em que anunciou que três mil funcionários iam ser despedidos. Duas semanas depois, a empresa voltou a fazer cortes e despediu 3.700 pessoas. Este impacto também já é sentido em Portugal, com a Uber a despedir cerca de 120 pessoas na zona de Lisboa em junho.

A Uber chegou a Portugal em 2014. Desde aí, a empresa de TVDE afirma “já foram realizados mais de 3 milhões de downloads da aplicação”. Em janeiro, a empresa tinha anunciado uma das últimas expansões para a cidade de Évora. Em Portugal, além do serviço de táxi, os principais concorrentes da Uber são a Bolt e a Free Now.