A startup cofundada pelos portugueses Joana Paiva e Luís Valente, a iLoF, fechou uma ronda de investimento de um milhão de dólares (880 mil euros) com o fundo de capital de risco da Microsoft, o M12, e a investidora global Mayfield. Objetivo: desenvolver um sistema de inteligência artificial que crie uma biblioteca digital de biomarcadores de doenças e assim ajudar a encontrar uma cura para a doença de Alzheimer.

“Estamos numa missão para viabilizar uma nova era da medicina personalizada, ajudando a indústria a desenvolver, escolher e democratizar tratamentos personalizados para pacientes em todo o mundo. O nosso foco é fornecer ferramentas não invasivas, que tornem a experiência de desenvolvimento de medicamentos mais humana e conveniente para os pacientes, enquanto drasticamente tornam todo o processo mais eficiente e flexível para a indústria”, afirmou Luís Valente, presidente executivo da iLoF.

No comunicado enviado esta quarta-feira, lê-se que a startup tem uma biblioteca patenteada de impressões digitais (na nuvem) e que “está a melhorar os processos de triagem, acelerando a descoberta de medicamentos para doenças complexas como a doença de Alzheimer e trazendo uma luz para a infeção por Covid-19”.

Em relação ao novo coronavírus, a startup decidiu responder a um desafios dos seus parceiros clínicos e está a adaptar a plataforma para prever a evolução clínica de pacientes infetados com Covid-19 em internamento hospitalar.

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A iLoF (que quer dizer laboratório inteligente na fibra) tem sede no Reino Unido, em Oxford, mas implementou o seu centro de tecnologia no Porto. Este ano, foi a startup vencedora d0 Female Founders Competition – um concurso promovido pelo M12, pela Mayfield e pela capital de risco de Melinda Gates, a Pivotal Ventures. Também em 2020, a Forbes distinguiu os cofundadores Joana Paiva e Luís Valente na lista dos jovens sub-30 mais promissores, os 30 Under 30 Europe, na categoria de Ciência e de Cuidados de Saúde.

“Estamos muito entusiasmados por nomear a iLoF como a vencedora da nossa competição de mulheres fundadoras e de investir um milhão de dólares juntamente com a Mayfield. A tecnologia da iLoF promete criar tratamentos efetivos desenhados para os indivíduos, que vão mudar a trajetória dos cuidados de saúde de milhões de pessoas que vivem com distúrbios complexos”, referiu Tamara Steffens, diretora-geral da M12.

A tecnologia da startup de Joana Paiva e Luís Valente deteta biomoléculas em nanoescala no sangue, que criam algo semelhante a impressões digitais óticas. Atualmente, a startup tem estado a captar perfis biológicos e biomarcadores em nanoescala de utentes relacionados com várias doenças (que ficam na sua biblioteca digital), através de um trabalho conjunto com empresas de biotecnologia, farmacêuticas e hospitais. No ano passado, a empresa já tinha assegurado uma ronda de 2 milhões de euros com a empresa alemã EIT Health.

No ano passado, a iLoF publicou num artigo na revista científica Nature conclusões sobre a utilização da sua plataforma não invasiva na deteção de diferentes tipos de células gástricas cancerígenas em utentes. Objetivo: permitir um processo de estratificação que ajude os profissionais de saúde a determinar os tratamentos mais apropriados.